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Grécia: greves contra desemprego e baixos salários

Protesto na Grécia contra os baixos salários
Protesto na Grécia contra os baixos salários Direitos de autor  Thanassis Stavrakis/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
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De Euronews
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Greves convocadas pelo maior sindicato grego pararam ferries e deixaram hospitais publicos a funcionar apenas com pessoal de emergência em Atenas e noutros locais. Manifestantes protestam contra os baixos salários e o desemprego, que atingiu o nível mais alto desde agosto de 2023.

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As greves convocadas pelo maior sindicato grego esta quarta-feira pararam os ferries e deixaram alguns hospitais estatais a funcionar apenas com pessoal de emergência em Atenas e noutros locais.

A Confederação Geral do Trabalho Grego (GSEE) liderou as paralisações para exigir a restauração dos direitos de negociação coletiva, que foram cortados há mais de uma década durante a grave crise financeira.

Um dos maiores protestos aconteceu em frente ao parlamento do país, na capital. 

A taxa de desemprego na Grécia subiu para 11% em fevereiro de 2024, alcançando o nível mais elevado desde agosto de 2023, de acordo com o Eurostat, gabinete de estatísticas da União Europeia, e ultrapassando o valor revisto em janeiro de 10,6%.

O desemprego atingiu um nível recorde de mais de 27% em 2013 e até foi diminuindo nos anos seguintes, sendo a questão que mais preocupa os gregos, a seguir aos preços elevados. 

Preços altos, salários baixos

Nas ruas, multiplicam-se aos queixas devido ao aumento do custo de vida e aos baixos salários.

"Trabalho seis horas por dia, seis dias por semana. Sou considerada empregada a tempo parcial e recebo o salário mínimo. O meu salário é de 605 euros líquidos por mês.", lamenta Nancy Rizou, funcionária de uma loja de jogos. 

Stelios Daskas, pai de dois filhos pequenos, trabalha como agente de segurança há 20 anos. Levou o seu empregador a tribunal para obrigá-lo a pagar a remuneração extra exigida por lei por trabalhar mais horas e noites.

"Atualmente, ganho 850 euros por mês, após uma longa batalha judicial em que não obtive ganho de causa", afirma.

"Para fazer face às despesas, ou somos obrigados a arranjar um segundo emprego ou temos de "apertar o cinto", mas até que ponto se pode fazer isso? Que mais há para cortar? Privamo-nos de coisas dos nossos filhos ou de nós próprios"

Uma das mais pesadas heranças da crise da dívida na Grécia é a suspensão das convenções coletivas de trabalho. Apesar da recuperação do país, muito poucas entraram em vigor, com exceção do setor do turismo.

Sindicatos exigem contratação coletiva

Os sindicatos explicam que, através dos acordos de negociação coletiva, os trabalhadores e os empregados podem pedir melhores salários e condições de trabalho.

"Na União Europeia, 27, 86% da população ativa está abrangida por um acordo de negociação colectiva, na Grécia esse número é de apenas 24% dos trabalhadores do setor privado", refere Dimitris Tachmatzidis, vice-presidente do GSEE

As más condições de trabalho mantêm uma grande parte da população ativa da Grécia fora do mercado de trabalho. 

Alguns analistas projetam que, perante este quadro, o desemprego vai manter-se nos 10% durante mais uma década.

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