UNESCO destaca que, em tempos recentes, nunca a profissão pagou um preço tão pesado num período tão curto de tempo. Cerca de 100 jornalistas e profissionais dos media foram mortos nos primeiros sete meses de guerra, a maioria palestinianos, segundo o Comité para a Proteção dos Jornalistas.
Os jornalistas palestinianos que têm estado a cobrir a guerra na Faixa de Gaza foram agraciados com o Prémio Mundial da Liberdade de Imprensa UNESCO/Guillermo Cano, esta quinta-feira, numa cerimónia em Santiago, no Chile.
A distinção foi atribuída por recomendação de um júri internacional de profissionais da comunicação social.
Nasser Abu Baker, presidente do Sindicato dos Jornalistas Palestinianos e vice-presidente da Federação Internacional de Jornalistas, recebeu o prémio da UNESCO em nome dos seus colegas de Gaza.
Pelo menos 97 trabalhadores dos meios de comunicação social, na sua grande maioria palestinianos, foram mortos nos primeiros sete meses de guerra em Gaza, segundo o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). É o período mais mortífero para os jornalistas desde que o CPJ começou a recolher dados em 1992.
O Gabinete dos Meios de Comunicação Social de Gaza estima em mais de 140 o número de vítimas mortais, o que corresponde a uma média de cinco jornalistas mortos por semana desde 7 de outubro.
"Nunca, num conflito recente, a profissão teve de pagar um preço tão elevado num período de tempo muito curto", afirmou Tawfik Jelassi, Diretor-Geral Adjunto da UNESCO para a Comunicação e Informação.
Forte ameaça para jornalistas que cobrem o clima
Durante o evento na capital chilena, a UNESCO divulgou também um relatório segundo o qual 70% dos jornalistas que cobrem questões climáticas foram atacados ou ameaçados pelo seu trabalho.
De acordo com o relatório, pelo menos 749 jornalistas ou meios de comunicação social que divulgam informações sobre o ambiente foram atacados nos últimos 15 anos, tendo a desinformação em linha aumentado drasticamente neste período.