O tribunal pondera também. a emissão de mandados de captura para três altos dirigentes do Hamas, uma medida que o Presidente dos EUA, Joe Biden, classificou a decisão do TPI como "ultrajante", afirmando que "não há equivalência" entre Israel e o Hamas.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reagiu com raiva ao anúncio do pedido, por parte do Tribunal Penal Internacional, de um mandado de captura contra ele. Netanyahu mostrou-se incrédulo com o paralelo feito pelo TPI entre o governo de Israel e do Hamas.
O procurador-geral do TPI, Karim Khan, afirmou que há motivos razoáveis para acreditar que Netanyahu e o ministro da defesa Yoav Gallant têm responsabilidade criminal por alegados crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza. O tribunal pondera também emitir mandados de captura para três altos dirigentes do Hamas por acusações semelhantes.
Disse Netanyahu: "Como primeiro-ministro de Israel, rejeito com repugnância a comparação feita pelo procurador de Haia entre o Israel democrático e os assassinos em massa do Hamas. Trata-se de uma completa distorção da realidade". Netanyahu disse ainda que Khan ganhou o seu lugar "entre os grandes antissemitas da História" e que não fez mais do que "deitar gasolina na fogueira do antissemitismo".
Numa declaração escrita, o presidente dos EUA, Joe Biden, considerou a decisão "ultrajante" e afirmou que "não há equivalência entre Israel e o Hamas".
O Departamento de Estado afirmou que o TPI não tem jurisdição para investigar este caso, uma vez que Israel não é signatário do Estatuto de Roma que fundou o tribunal.
Disse Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado: "Esta decisão não ajuda em nada e pode pôr em risco os esforços em curso para chegar a um acordo de cessar-fogo que permita retirar os reféns de Gaza e fazer entrar a assistência humanitária”.
A reação à notícia foi mista nas ruas de Telavive. A cidade tem assistido a semanas de protestos em massa, exigindo que o governo de Netanyahu faça mais para garantir a libertação dos reféns ainda detidos em Gaza.
Diz Inbar Goldstein, residente em Telavive: "Não compreendo em que mundo estamos a viver, onde há simetria entre líderes de uma organização terrorista que cometeram massacres em massa e chefes de Estado que foram democraticamente eleitos".
Em Gaza, os palestinianos pedem ações decisivas que ponham fim à guerra: "Queremos resoluções internacionais que sejam decisivas. Decisivas para que resolvam os problemas. Nós somos as vítimas, embora não tenhamos nada a ver com Israel ou com o Hamas. Não somos o Hamas nem a Jihad Islâmica", diz Sami Abu Zeid, deslocado da cidade de Gaza:
Os juízes do TPI vão agora analisar as provas e decidir se podem ser emitidos mandados de captura para os dirigentes israelitas e do Hamas.