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Polémica semana de trabalho de seis dias arranca em mais empresas gregas

Grécia passa a ter semana de trabalho de seis dias.
Grécia passa a ter semana de trabalho de seis dias. Direitos de autor AP Photo
Direitos de autor AP Photo
De  Symela Touchtidou e κάμερα: Γιάννης Δόλας
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Medida aplica-se às empresas que funcionam 24 horas por dia, 7 dias por semana, ou às quem têm uma carga de trabalho muito elevada. Os trabalhadores gregos, especialmente os mais jovens, mostram-se indignados.

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A partir desta segunda-feira, mais empresas na Grécia poderão impor a semana de trabalho de seis dias, numa altura em que se verifica uma tendência crescente a nível mundial para a semana de trabalho de quatro dias.

Esta medida aplica-se às empresas que prestam serviços 24 horas por dia, 7 dias por semana, ou às empresas que enfrentam “uma carga extraordinária” de trabalho. Desta forma, a semana de trabalho deixa de ter 40 horas e passa a ter 48.

Vários trabalhadores gregos mostraram-se indignados com a medida, que dizem que faz o país regressar aos tempos dos direitos laborais limitados.

"Voltamos às décadas anteriores. Esta medida não tem nada para oferecer. Não vai resolver o problema das empresas que não têm pessoal suficiente", disse o trabalhador grego Chrisanthi, citado pela AP.

Apesar destes trabalhadores receberem um suplemento de 40% no sexto dia de trabalho ou de 115% se trabalharem ao domingo, a maioria, especialmente os jovens, parecem dar prioridade à saúde e ao equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.

"A Organização Mundial de Saúde diz-nos que 40 horas de trabalho por semana já é demasiado. E vemos noutros países europeus que o volume de trabalho está a diminuir. Para mim, a jornada de seis dias é inaceitável e não devemos, em circunstância alguma, deixar que seja imposta", explicou um jovem trabalhador grego, citado pela AP.

A maioria dos economistas afirma que o maior problema da economia grega é a pouco produtividade dos trabalhadores no horário de trabalho. De acordo com os dados da Comissão Europeia, a produtividade nominal do trabalho por hora na Grécia é 40% inferior à média europeia. Vários fatores contribuem para esta situação, como a falta de investimento, sobretudo em novas tecnologias, recursos humanos sem as competências necessárias e muita burocracia, que sobrecarrega o espírito empresarial.

Trabalhadores gregos são os que trabalham mais horas por semana

Dados do Eurostat relativos a 2023 mostram que a semana de trabalho média na Grécia é de 39,8 horas por semana, a mais elevada da União Europeia, seguida da Polónia e de Chipre. A média europeia é de 36,1 horas por semana, enquanto o menor número de horas é registado nos Países Baixos, com 32,2 horas por semana.

Relativamente ao horário prolongado, dados do serviço estatístico europeu, referentes a 2023, indicam que a Grécia é o país com maior percentagem de pessoas a fazerem o horário prolongado (11,6%), seguida de Chipre (10,4%), França (10,1%), Itália (9,6%) e Portugal (9,0%).

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