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Borrell avisa que Israel e o Hezbollah estão próximos da "guerra total"

Uma vista geral mostra a 79ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas
Uma vista geral mostra a 79ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas Direitos de autor AP Photo/Yuki Iwamura
Direitos de autor AP Photo/Yuki Iwamura
De  Evelyn Ann-Marie Dom com AP
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Artigo publicado originalmente em inglês

Josep Borrell destacou a necessidade de evitar a guerra no Médio Oriente, bem como a assistência da UE à Ucrânia na Assembleia Geral da ONU.

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O Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, alertou para o facto de a escalada do conflito entre Israel e o Líbano estar à beira de uma guerra total, tendo afirmado que são necessários fortes esforços de mediação diplomática para evitar o caminho da guerra.

Esta declaração foi feita após a reunião informal dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE à margem da 79.ª Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), em Nova Iorque.

O Debate Geral de alto nível deste ano centra-se no tema: "Não deixar ninguém para trás: atuar em conjunto para o avanço da paz, do desenvolvimento sustentável e da dignidade humana para as gerações presentes e futuras".

António Guterres, secretário-Geral das Nações Unidas, discursa durante a 79.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas
António Guterres, secretário-Geral das Nações Unidas, discursa durante a 79.ª sessão da Assembleia Geral das Nações UnidasYuki Iwamura/Copyright 2024 The AP. All rights reserved.

Os civis estão a pagar um "preço intolerável e inaceitável"

Borrell afirmou que os ataques são simultaneamente direcionados e aleatórios, "direcionados por causa do objetivo e aleatórios por causa das consequências", acrescentando que condena os ataques porque os civis estão a pagar um "preço inaceitável".

Quase 500 pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas em consequência dos ataques aéreos israelitas.

Borrell salientou que o número de vítimas sugere que não se tem em conta o impacto dos ataques sobre os civis.

O chefe da política externa da UE afirmou que o risco de escalada é um perigo para toda a região e acrescentou que o caminho para a paz começa com um cessar-fogo em Gaza e a aplicação da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que apela à cessação das hostilidades entre Israel e o Hezbollah.

Borrell criticou o facto de o Conselho de Segurança não ter aplicado até hoje a resolução, que foi originalmente adoptada em 2006. "Há quase 20 anos, continuo a pedir a aplicação desta resolução", reforçou.

O chefe da diplomacia da UE disse ainda que o Conselho de Segurança corre o risco de perder legitimidade. "Porque ou não concordam com nada ou, quando concordam, não é implementado", disse Borrell.

A Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas foi um acordo aprovado por unanimidade pelo Conselho de Segurança da ONU, em agosto de 2006, para resolver a guerra do Líbano.

Entre outros pontos, estabelecia a cessação total das hostilidades, em particular, por parte do Hezbollah; instava o governo do Líbano e a FINUL a destacarem em conjunto as suas forças em todo o Sul; instava Israel e o Líbano a praticarem o pleno respeito pela Linha Azul; ordenava o desarmamento de todos os grupos armados no Líbano e a retirada de quaisquer forças estrangeiras no Líbano sem o consentimento do seu Governo.

Guerra na Ucrânia

Borrell acredita que a Rússia tem recebido armas do Irão, especialmente mísseis, e sublinhou a preocupação com o facto de estas duas potências estarem a aproximar-se, e, em alguns casos a entrar, no espaço dos Estados-Membros da União Europeia.

O diplomata europeu aplaudiu a Ucrânia pelos seus esforços bem sucedidos em atacar e destruir importantes depósitos de munições em território russoe disse que o G7 vai continuar a discutir o potencial uso de armas de longo alcance por parte da Ucrânia na próxima semana.

Borrell afirmou que tem sido claro quanto à sua posição sobre esta guerra e que é a favor da utilização de armas de longo alcance contra a Rússia. "Nem toda a gente apoia esta posição. Mas vamos ver qual é a posição no final da semana", acrescentou.

Vista geral do depósito de munições de Oktyabrski, Rússia, após as explosões
Vista geral do depósito de munições de Oktyabrski, Rússia, após as explosõesAP / Satellite image ©2024 Maxar Technologies

Borrell sublinhou, ainda, que a Ucrânia precisa mais do que nunca do apoio da União Europeia, especialmente no que se refere à situação energética do país, e disse que "a Rússia quer colocar a Ucrânia na escuridão e no frio" com a aproximação do inverno.

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"A Comissão Europeia apresentou uma proposta de 35 mil milhões de euros para apoiar a Ucrânia, tanto a nível militar como económico. E ambos têm de ser feitos ao mesmo tempo. Não faz sentido fornecer um gerador de eletricidade hoje se este tiver de ser destruído amanhã", afirmou.

Compromisso sem comprometer os valores fundamentais

Antes da Assembleia Geral da ONU, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, também esteve em Nova Iorque, em visita oficial, para a Cimeira Anual Concordia 2024, onde defendeu o multilateralismo num mundo em mudança que, segundo ela, enfrenta uma "fragmentação cada vez maior na política e nas comunidades".

A ideia fora já defendida e reforçada no dia anterior por António Guterres, no seu discurso de abertura da Cimeira do Futuro.

Roberta Metsola acrescentou que o Parlamento Europeu deve reaprender a fazer compromissos, sem comprometer os seus valores fundamentais, o que é essencial para encontrar um terreno comum.

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"No Parlamento Europeu, temos 720 deputados que pertencem a grupos de todo o espetro político. Posso dizer-vos que muitas vezes parece impossível, mas encontramos formas, construímos maiorias, não através do entrincheiramento, não através da violação de termos abstratos, mas através da procura de um terreno comum através do compromisso", afirmou na Cimeira Anual Concordia 2024.

Metsola referiu-se à guerra na Ucrânia e no Médio Oriente, afirmando que a cooperação política é crucial para alcançar a paz.

Outras fontes • EBU

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