Presidente ucraniano tem insistido na necessidade de autorização por parte do Ocidente para o uso de armas de longo alcance contra a Rússia. Reivindicação de Kiev é difícil de acolher, mas a pressão pode levar EUA a fazer outras cedências.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy encontra-se esta semana nos Estados Unidos (EUA) para reunir apoio para o seu chamado “Plano de Vitória”, destinado a pôr termo à invasão russa da Ucrânia.
O plano exige um grande empenhamento dos EUA e dos aliados ocidentais, em particular a autorização para que Kiev utilize mísseis de longo alcance em território russo com o objetivo de degradar as infraestruturas militares do Kremlin.
Mas, até à data, Londres e a Casa Branca recusaram o pedido por receio de uma maior escalada. A Ucrânia diz que o seu exército está em grande desvantagem devido a esse aspeto.
“Penso que alguns dos limites impostos vão provavelmente manter-se. E penso que Zelenskyy está provavelmente ciente de quais são esses limites e de como é difícil e lento persuadir Biden. Mas, de um ponto de vista negocial, se exercermos muita pressão, não conseguimos tudo o que pedimos, mas conseguimos um pouco.”, observa o professor Michael Kimmage, da Universidade Católica da América.
Negociações em vista?
É também provável que o plano inclua garantias de segurança ocidentais e, igualmente um aprofundamento da ofensiva na região russa de Kursk, em teoria, para fornecer uma moeda de troca territorial para potenciais negociações com a Rússia.
“Penso que estamos muito, muito longe de qualquer tipo de negociações pela simples razão de que a Rússia é tão agressiva, se não mais, agora do que no início da guerra. Portanto, a Rússia não está a moderar. Está a avançar no Donbass. Putin anunciou, há poucos dias, o aumento dos níveis de mobilização das tropas russas. A Rússia está a investir maciçamente na sua capacidade industrial de defesa. Por isso, a Ucrânia enfrenta uma Rússia altamente agressiva” , vinca Michael Kimmage.
Zelenskyy afirma que ninguém quer mais a paz do que a Ucrânia, mas sublinha que a situação atual, com um exército ucraniano quase exausto, exige constantes reivindicações ao Ocidente.