Israel tinha adiado a libertação dos prisioneiros até que o Hamas terminasse as suas "cerimónias humilhantes" durante a entrega de reféns. Esta foi a última troca de prisioneiros da primeira fase do cessar-fogo.
Israel libertou 620 prisioneiros palestinianos e o Hamas entregou os corpos de quatro reféns à Cruz Vermelha na madrugada de quinta-feira.
Israel disse que os caixões foram entregues com a ajuda de mediadores egípcios através de uma passagem israelita e confirmou que foi iniciado um processo de identificação.
Por volta da mesma hora, um comboio da Cruz Vermelha que transportava dezenas de prisioneiros palestinianos libertados deixou a prisão israelita de Ofer em direção à cidade de Beitunia, na Cisjordânia, onde se reuniram multidões de famílias, amigos e apoiantes.
Uma grande multidão também se reuniu na cidade de Khan Younis, em Gaza, para saudar centenas de prisioneiros palestinianos libertados.
A primeira fase do acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor a 19 de janeiro termina no próximo sabado.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tinha adiado a libertação dos prisioneiros até que "a libertação dos próximos reféns estivesse assegurada, e sem as cerimónias humilhantes", o que tinha posto ainda mais em dúvida o futuro das tréguas.
Hamas apela a conversações sobre a próxima fase do cessar-fogo
O Hamas disse esta quinta-feira que estava pronto para negociar a próxima fase do cessar-fogo na Faixa de Gaza logo depois de entregar os restos mortais de quatro reféns em troca da libertação dos prisioneiros palestinianos detidos por Israel.
Esta foi a última troca acordada entre as duas partes no âmbito da trégua. As negociações para uma segunda fase, em que o Hamas libertaria dezenas de outros reféns em troca de mais prisioneiros e de um cessar-fogo duradouro, ainda não começaram.
Um grupo israelita que representa as famílias dos reféns detidos pelo Hamas disse que os restos mortais dos quatro reféns devolvidos na quinta-feira foram identificados. O Fórum dos Reféns e das Famílias Desaparecidas identificou-os como sendo Ohad Yahalomi, Itzhak Elgarat, Shlomo Mantzur e Tsachi Idan.
O Hamas afirmou em comunicado que a “única forma” de Israel garantir a libertação dos restantes reféns é através de negociações e do cumprimento do acordo. O grupo militante advertiu que qualquer tentativa de recuo em relação à trégua “só levará a mais sofrimento” para os reféns e suas famílias.