Várias pessoas foram mortas no norte e centro de Israel com vários mísseis lançados pelo Irão. As forças armadas israelitas afirmaram, na madrugada de domingo, que tinham como alvo a sede do Ministério da Defesa iraniano em Teerão.
O Irão e Israel trocaram ataques este sábado, no mais recente episódio desde um ataque-surpresa realizado um dia antes com o objetivo de dizimar o programa nuclear de Teerão.
Os cidadãos israelitas receberam instruções para se abrigarem em espaços protegidos, uma vez que o Irão lançou uma nova ronda de ataques de retaliação.
O serviço de emergência Magen David Adom informou que três pessoas foram mortas na zona de Telavive e dezenas de outras ficaram feridas.
A polícia israelita informou que quatro pessoas foram mortas na cidade de Tamra, no norte do país, perto de Haifa, segundo a imprensa local. Tamra é uma cidade predominantemente palestiniana em Israel.
Em todo o país, mais de 100 pessoas ficaram feridas na sequência dos últimos ataques do Irão.
Em comunicado, a Guarda Revolucionária paramilitar do Irão afirmou que os mísseis iranianos visavam instalações de produção de combustível para os caças israelitas. O Irão prometeu disparar mais mísseis se os ataques israelitas continuarem.
Israel tem como alvo o Ministério da Defesa do Irão
As forças armadas israelitas afirmaram, na madrugada deste domingo, ter como alvo a sede do Ministério da Defesa do Irão, em Teerão.
"Teerão está a arder", afirmou o ministro israelita da Defesa , Israel Katz, numa publicação no X.
As forças armadas israelitas também afirmaram ter visado locais que alegadamente estariam associados ao programa nuclear iraniano nos arredores de Teerão.
Alegam que os locais estavam "relacionados com o projeto de armas nucleares do regime iraniano".
Os serviços secretos norte-americanos e a Agência Internacional de Energia Atómica afirmaram repetidamente que o Irão não estava a procurar obter uma arma nuclear antes de Israel ter desencadeado a sua campanha de ataques aéreos contra o Irão a partir de sexta-feira.
Cancelamento das próximas conversações entre os EUA e o Irão
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Omã, Badr al-Busaidi, afirmou nas redes sociais que a sexta ronda de conversações nucleares indiretas, a realizar no domingo, "não terá lugar". Embora as conversações tenham sido canceladas por agora, "continuamos empenhados e esperamos que os iranianos se sentem à mesa em breve", disse um alto funcionário dos EUA, falando sob condição de anonimato.
Israel e o Irão anunciaram novos ataques, apesar dos apelos urgentes dos líderes mundiais para que se desanuvie a escalada e se evite uma guerra total.
No que pode ser uma nova escalada, se confirmado, as agências noticiosas semi-oficiais iranianas informaram que um drone israelita atingiu e provocou uma "forte explosão" numa fábrica iraniana de processamento de gás natural. Seria o primeiro ataque israelita à indústria do petróleo e gás natural do Irão. As forças armadas israelitas não comentaram de imediato.
A extensão dos danos no campo de gás natural de Pars-sul não foi imediatamente esclarecida. Estas instalações estão equipadas com sistemas de defesa aérea, que Israel tem visado.
O Irão afirma que o seu programa nuclear se destina apenas a fins pacíficos e as agências de informação dos EUA avaliaram que Teerão não procura ativamente a bomba. Mas o enriquecimento de urânio atingiu níveis próximos do grau de armamento e, na quinta-feira, o organismo de vigilância atómica da ONU censurou o Irão por não cumprir as obrigações destinadas a impedir o desenvolvimento de uma arma nuclear.
O ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Abbas Aragchi, afirmou no sábado que as negociações nucleares eram "injustificáveis" após os ataques de Israel. Os comentários foram feitos durante uma chamada com a chefe da política externa da UE, Kaja Kallas.