Um médico sírio que trabalhava como cirurgião ortopédico na Alemanha foi condenado a prisão perpétua. Homem matou e torturou várias pessoas para o regime de Assad.
O Tribunal Regional Superior de Frankfurt condenou a prisão perpétua um antigo médico sírio, -"o médico da tortura" - acusado de torturar opositores durante o regime de Bashar al-Assad.
Alaa Moussa, de 40 anos, viajou para a Alemanha em 2015 onde trabalhou como cirurgião ortopédico em clínicas nas cidades de Hessisch Lichtenau e Bad Wildungen, no estado de Hesse.
"Nenhum torturador pode estar seguro da sua impunidade, independentemente do local onde se encontre", afirmou o juiz presidente.
O sírio foi detido em 2020 após duas vítimas o reconhecerem através de um documentário sobre Homs.
O julgamento começou há três anos e várias vítimas foram chamadas a testemunhar descrevendo algumas das práticas cometidas, incluindo a forma como o médico partiu ossos sem anestesia, derramou líquidos inflamáveis sobre o corpo ou os espancou.
Apesar de ter negado todas as acusações, Alla M. foi acusado de homicídio, tortura e crimes contra a humanidade.
Os juízes consideram que o médico torturou e matou pessoas em várias instalações na Síria durante mais de dois anos dos quais os mais graves entre 2011 e 2012.
O julgamento começou em 2022, mas a sua prisão preventiva já tinha sido decretada um ano antes.
O médico trabalhou como assistente nos hospitais militares das cidades sírias de Homs e Mezzeh e numa prisão.
"Uma sentença como esta pode expressar o reconhecimento do sofrimento das vítimas e garantir a paz jurídica", disse um juiz no final do julgamento na segunda-feira.