Na manhã de quinta-feira, Israel atacou o reator iraniano de água pesada de Arak, uma das maiores instalações nucleares do país, situada 250 quilómetros a sudoeste da capital Teerão. A televisão estatal iraniana confirmou que não havia qualquer risco de radiação na zona.
Um correspondente iraniano na cidade vizinha de Khandab informou que a instalação tinha sido completamente evacuada, não tendo sido registados quaisquer danos nas áreas civis em redor do reator.
Na madrugada de quinta-feira, Israel emitiu um aviso prévio de que o reator seria alvo e ataques, apelando aos residentes para que abandonassem a zona.
O que é que sabemos?
De acordo com a organização norte-americana sem fins lucrativos Missile Systems Defence Alliance, o Reator Nuclear de Arak, também conhecido como IR-40, é um reator nuclear de água pesada, construído em 2003, mas as origens do seu projeto não são claras, uma vez que se acredita que peritos estrangeiros contribuíram para a sua construção, incluindo a empresa russa Nikit.
Os relatórios indicam que o Irão procurou apresentar o reator como "não sendo utilizado para produzir material nuclear de grau de pureza militar", mas tinha capacidade para produzir cerca de 9 kg de plutónio, o que suscitou as preocupações dos EUA de que tal poderia permitir a Teerão fabricar uma arma nuclear à base de plutónio.
Após a assinatura do Plano de Ação Conjunto Global (PACG) com o P5+1, estes países condicionaram a modificação do reator de Arak ao levantamento das sanções.
Em 2016, o Irão anunciou que tinha enchido o núcleo do reator com cimento. No entanto, no contexto da aplicação do acordo nuclear, surgiram novos desafios associados à instalação.
Em fevereiro do mesmo ano, a República Islâmica excedeu pela primeira vez o limite máximo permitido de reservas de água pesada, o que se repetiu em 9 de novembro de 2016.
Além disso, Teerão transferiu para Omã mais de 80 toneladas métricas de água pesada, anteriormente destinadas ao reator de Arak. Embora o Irão ainda tenha controlo sobre esta quantidade, a sua transferência além-fronteiras não foi considerada uma violação do acordo.