Mark Rutte sublinhou que os aliados da NATO precisam de aumentar a produção militar e de defesa, depois de se encontrar com o chanceler alemão Friedrich Merz em Berlim.
O chanceler alemão Friedrich Merz recebeu o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, em Berlim, na quarta-feira, antes do 70.º aniversário da adesão da Alemanha à aliança de defesa.
Os membros da NATO concordaram recentemente em aumentar significativamente as despesas militares, na sequência das exigências do presidente dos EUA, Donald Trump, de que a Europa assuma mais responsabilidades pela sua própria defesa.
A despesa com a defesa é a mais elevada desde a Guerra Fria e o novo nível para os aliados da NATO é de pelo menos 5% do PIB de um país, o mais tardar até 2035.
Durante uma cimeira da NATO em Haia, no final de junho, Merz deu a entender que espera que a Alemanha assuma um papel de liderança.
"Vamos utilizar estes recursos de forma sensata e metódica e transformar a Bundeswehr num exército exemplar na aliança. Vamos adquirir novos equipamentos em grande escala, com especial incidência nas novas tecnologias", disse Merz aos jornalistas.
Tanto Merz como Rutte sublinharam o compromisso com a Ucrânia e afirmaram que a prioridade é conseguir um cessar-fogo com a Rússia o mais rapidamente possível.
Merz acusou a Rússia de "terrorismo contra a população civil", na sequência do aumento dos ataques.
"Isto não tem nada a ver com uma guerra contra alvos militares", sublinhou.
Já o chanceler alemão afirmou que existem "sinais de Washington para reconsiderar o apoio de Kiev à defesa aérea" e prometeu que a Alemanha irá dar uma "contribuição substancial".
O secretário-geral da NATO afirmou que a Europa não está a produzir material militar suficiente e congratulou-se com o aumento das despesas com a defesa.
"O problema não são os EUA ou a Europa. O problema é que nós, na Europa e nos EUA, não produzimos o suficiente. Estamos a melhorar. Mas neste momento, enquanto falamos, a Polónia, a Roménia e a Estónia estão a comprar à Coreia do Sul - porque demora muito tempo a comprar na Europa ou nos EUA. É esse o problema. É por isso que temos de aumentar a produção em conjunto", afirmou Rutte.
Numa altura em que as tensões entre a França e a Alemanha aumentam por causa dos caças, Merz disse que as discussões estão em curso, mas sublinhou que o projeto pode ser uma boa colaboração entre a França, a Espanha e a Alemanha, se conseguirem chegar a um acordo.
Rutte também falou sobre as ambições da China e disse que a Terceira Guerra Mundial poderá ocorrer nos próximos três a sete anos, com a possibilidade da Rússia lançar um ataque em grande escala contra o território da NATO para manter a Europa ocupada enquanto a China ataca Taiwan.