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Jair Bolsonaro planeava pedir asilo na Argentina, segundo a polícia

O ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro chega ao hospital em Brasília, 16 de agosto de 2025
O ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro chega ao hospital em Brasília, 16 de agosto de 2025 Direitos de autor  AP Photo/Eraldo Peres
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Bolsonaro está atualmente a aguardar uma decisão do Supremo Tribunal sobre uma alegada tentativa de golpe de Estado e soube na quarta-feira que poderá enfrentar outro caso, uma vez que a polícia o acusou formalmente e a um dos seus filhos, Eduardo Bolsonaro, de obstrução à justiça.

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A Polícia Federal do Brasil diz ter encontrado mensagens no telefone do ex-presidente Jair Bolsonaro que mostram que este queria fugir para a Argentina e pedir asilo político.

Bolsonaro está atualmente a aguardar uma decisão do Supremo Tribunal sobre uma alegada tentativa de golpe de Estado e soube na quarta-feira que poderá enfrentar outro caso, uma vez que a polícia o acusou formalmente, e a um dos seus filhos, Eduardo Bolsonaro, de obstrução à justiça em relação ao seu julgamento.

O relatório de 170 páginas refere que Bolsonaro redigiu um pedido de asilo político ao governo do presidente argentino Javier Milei, com data de 10 de fevereiro de 2024.

O documento foi guardado dois dias depois de as autoridades terem feito buscas na sua casa e no seu escritório, no âmbito da investigação do alegado plano de golpe de Estado.

Presidente argentino Javier Milei discursa durante a cerimónia de abertura da exposição anual da Sociedade Rural em Buenos Aires, em 26 de julho de 2025
Presidente argentino Javier Milei discursa durante a cerimónia de abertura da exposição anual da Sociedade Rural em Buenos Aires, em 26 de julho de 2025 AP Photo

Perto dessa data, Bolsonaro admitiu ter passado duas noites na embaixada da Hungria em Brasília, alimentando a especulação de que podia estar a tentar evitar a prisão.

A trama argentina faz parte de uma acusação policial mais ampla de obstrução da justiça, na qual Bolsonaro teria ignorado medidas cautelares estabelecidas para sua prisão domiciliar e espalhado conteúdo para seus aliados "para atingir diretamente as instituições democráticas brasileiras, notadamente o Supremo Tribunal Federal e até mesmo o Congresso do Brasil", segundo o relatório.

Acusações de obstrução da justiça

Numa carta de 33 páginas dirigida a Milei, Bolsonaro afirmou que estava a ser perseguido politicamente no Brasil.

"Eu, Jair Messias Bolsonaro, solicito asilo político a Vossa Excelência na República da Argentina, em regime de urgência, por me encontrar em situação de perseguição política no Brasil e temer pela minha vida", escreveu o ex-líder brasileiro.

A polícia do Brasil recolheu várias mensagens entre Bolsonaro e o seu filho, nas quais estes demonstravam interesse em elogiar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para influenciar os procedimentos legais no seu país.

"Não vai ter tempo de reverter a situação se o cara aqui virar as costas para você. Tudo aqui é muito melindroso, qualquer coisinha te afeta", escreveu Eduardo Bolsonaro ao pai numa das trocas de mensagens.

Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro, no palco da Conferência de Ação Política Conservadora em Buenos Aires, em 4 de dezembro de 2024
Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro, no palco da Conferência de Ação Política Conservadora em Buenos Aires, em 4 de dezembro de 2024 AP Photo

Eduardo Bolsonaro também disse ter conseguido apoio do governo americano "com muita dificuldade", afirmando que ele e um aliado, Paulo Figueiredo, eram os únicos com acesso à Casa Branca.

Na troca de mensagens, o filho de Bolsonaro também deu a entender que Trump era a única oportunidade que o pai tinha de evitar a prisão. "O homem mais poderoso do mundo está do teu lado. Fizemos a nossa parte", lê-se numa mensagem de 10 de julho.

O veredito e a sentença no julgamento do golpe de Estado serão proferidos por um painel de cinco juízes do Supremo Tribunal. As decisões deverão ser anunciadas entre 2 e 12 de setembro. As novas conclusões não farão parte dessa decisão.

Os procuradores afirmam que Bolsonaro e vários dos seus aliados lideraram uma organização criminosa que planeou anular as eleições, incluindo planos para matar o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Supremo Tribunal, Alexandre de Moraes.

Outras fontes • AP

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