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Mais de um milhão de pessoas na Ucrânia precisam de ser retiradas

Nesta fotografia fornecida pelo serviço de imprensa da 24ª Brigada Mecanizada da Ucrânia, um vendedor deixa o mercado atingido pelo ataque de um drone russo na cidade de Druzhkivka, na região de Donetsk
Nesta foto fornecida pelo serviço de imprensa da 24ª Brigada Mecanizada da Ucrânia, um vendedor deixa o mercado atingido pelo ataque de um drone russo na cidade de Druzhkivka, região de Donetsk Direitos de autor  Oleg Petrasiuk/Ukrainian 24th Mechanized brigade
Direitos de autor Oleg Petrasiuk/Ukrainian 24th Mechanized brigade
De Jerry Fisayo-Bambi com EBU
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Os fortes bombardeamentos russos e ataques militares nas regiões de Donetsk e Dnipropetrovsk, no leste da Ucrânia devem obrigar à evacuação de uma grande parte desta região.

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As autoridades ucranianas afirmaram na sexta-feira que quase 1.100.000 pessoas necessitam de ser retiradas das regiões da linha da frente no leste da Ucrânia, das quais cerca de 84.000 são crianças.

De acordo com o vice-ministro do Desenvolvimento Comunitário e Territorial da Ucrânia, Oleksiy Ryabykin, mais de 600 000 pessoas já foram retiradas das regiões de Donetsk e Dnipropetrovsk.

Ainda mais civis estão em perigo devido aos fortes bombardeamentos russos e aos ataques militares nas regiões de Donetsk e Dnipropetrovsk.

Muitos dos que escapam aos constantes bombardeamentos trazem apenas o que é mais importante: a família, os animais de estimação e alguns pertences.

Nataliia, uma residente da aldeia de Novohryshyne, na região de Donetsk, disse que só conseguiu levar consigo cinco cães e dois sacos durante a evacuação.

Já Olha e Olena, de Dobropillia, disseram que conseguiram levar cinco periquitos e alguns objectos domésticos. "Já é demasiado assustador ficar em Dobropillia", admite a mãe de Olena, Tetiana.

Segundo as autoridades locais, cerca de 16.000 cidadãos com mobilidade reduzida precisam de ser retirados da região de Donetsk.

Liubov, de 75 anos, de Avdiivka, que tinha passado os últimos seis meses a viver em Myrnohrad, foi retirada sem nada. Foi ferida durante um bombardeamento. "O meu braço não funciona bem", diz.

"Preciso de ser operada. Quero voltar para casa, para Avdiivka. Em 2015, enterrei o meu filho lá. Foi morto por um fragmento de uma bomba. Estava a dormir, tinha acabado de chegar do trabalho. Todos os meus documentos arderam", lamenta.

Instituições de caridade fornecem abrigo temporário aos evacuados

Todas estas pessoas estão agora alojadas no centro de trânsito de Pavlohrad, onde as pessoas deslocadas da região de Donetsk podem permanecer durante vários dias. Durante este período, os voluntários ajudam-nas a recuperar os documentos e a encontrar alojamento em zonas mais seguras.

As pessoas chegam desorientadas e assustadas. Algumas perderam tudo, diz Ivan Saverskyi, um representante da fundação de caridade SOS Leste, que se encontra com os evacuados.

De acordo com Saverskyi, está atualmente a ser montada uma nova tenda no centro para acolher mais pessoas, uma vez que os voluntários se preparam para a possibilidade de, no outono, o fluxo de pessoas deslocadas que necessitam de abrigo poder aumentar.

Druzhkivka, na região de Donetsk.
Druzhkivka, na região de Donetsk. Oleg Petrasiuk/Ukrainian 24th Mechanized brigade

"Uma pessoa pode ficar aqui durante cerca de cinco dias. Há assistência financeira, assistência jurídica e, claro, apoio psicológico", conta Saverskyi. "Também temos kits de alimentos - não diretamente da nossa parte, mas de organizações parceiras. As pessoas podem recebê-los aqui. Temos também uma cozinha permanente. Uma pessoa pode tomar um duche, tomar o pequeno-almoço e ficar num local seguro", acrescenta.

A região ucraniana de Donetsk tornou-se o epicentro de uma década de tentativas das forças russas de obter o controlo total da região.

Na semana passada, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, avisou a Rússia que queria os restantes 9000 quilómetros quadrados de Donetsk atualmente sob o controlo de Kiev, uma proposta que o líder ucraniano rejeitou. De acordo com Zelenskyy, a cedência de Donetsk significaria a queda de um baluarte contra qualquer futuro avanço russo.

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