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Patriarcas Pizzaballa e Theophilus III: "Não sairemos de Gaza"

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De Giorgia Orlandi
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Numa nota conjunta, Pizzaballa e Theophilus III denunciam a violência "injustificável" em Gaza e anunciam que o clero e os religiosos permanecerão na Faixa de Gaza para prestar assistência aos mais vulneráveis, recusando a deslocação forçada.

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Um apelo à comunidade internacional para que cesse a guerra e a violência qualificadas de "injustificáveis". É este o significado do comunicado conjunto emitido pelo Patriarca Latino de Jerusalém, Cardeal Pierbattista Pizzaballa, e pelo Patriarca Grego Ortodoxo Theophilus III, que anunciaram a escolha das freiras e do clero de permanecerem na Faixa de Gaza para continuarem a prestar assistência aos mais vulneráveis, apesar da decisão de Israel de assumir o controlo da cidade de Gaza e ocupar toda a Faixa.

'A violência em Gaza é injustificável'

Na nota de 26 de agosto, Pizzaballa e Theophilus III apelam à comunidade internacional para que intervenha para pôr fim ao conflito e denunciam a injustiça da deslocação forçada de civis.

"Sair de Gaza e tentar fugir para o sul seria uma sentença de morte", lê-se. "O clero e os religiosos optaram por ficar e cuidar daqueles que encontram refúgio nos complexos paroquiais".

Os Patriarcas recordam ainda as palavras do Papa Leão XIV: "Todos os povos, mesmo os mais pequenos e fracos, devem ser respeitados pelos poderosos na sua identidade e nos seus direitos, em particular o direito de viver na sua própria terra; e ninguém os pode obrigar ao exílio".

"Não sabemos o que vai acontecer no terreno", afirmam. "Mas este não é o caminho certo. Não há razão para justificar a deslocação em massa deliberada e forçada de civis. É tempo de pôr fim a esta espiral de violência, de parar a guerra e de dar prioridade ao bem comum".

Daí o apelo: "Para que a comunidade internacional atue para pôr fim a esta guerra sem sentido e destrutiva e para garantir o regresso das pessoas desaparecidas e dos reféns israelitas".

O papel da Paróquia da Sagrada Família em Gaza

Descrita pelo pároco Gabriel Romanelli como "um oásis de paz no meio da guerra", a Paróquia da Sagrada Família na Cidade de Gaza é a única igreja católica latina na Faixa de Gaza. Pequena em tamanho, mas com uma longa história, para além de gerir escolas primárias e secundárias, desempenha um papel social essencial, oferecendo abrigo e cuidados de saúde.

Repetidamente poupada aos ataques, a paróquia foi atingida, a 17 de julho, por um tanque israelita: o ataque causou três mortos e dezenas de feridos.

A nota conjunta dos Patriarcas sublinha que a comunidade não pode ser abandonada: "Muitos refugiados que vivem nos nossos complexos estão enfraquecidos e mal nutridos, devido às dificuldades dos últimos meses".

Cardeal Pizzaballa na homilia da Assunção

Sobre o significado da presença da Igreja em Gaza e o papel dos cristãos, Pizzaballa também voltou ao assunto na homilia do dia da Assunção. "A nossa tarefa é chamar todos de volta à humanidade. Não vivemos em compartimentos estanques: se fecharmos os olhos ao que está a acontecer dentro e fora das fronteiras, perdemos a humanidade."

O Patriarca refletiu também sobre a Igreja em mudança: "Um modelo de Igreja acabou. O cristianismo tradicional é mais frágil. Mas não devemos ter medo do que está a acabar: somos chamados a construir algo novo, a dizer uma palavra clara e proativa".

Por fim, especificou: "O fim da guerra não marcará o fim das hostilidades e da dor. Teremos de lidar com esta situação durante muito tempo".

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