O presidente dos EUA foi recebido em Windsor com honras militares. Donald Trump e Carlos III celebraram a aliança "inestimável" entre os dois países.
Donald Trump foi recebido no Castelo de Windor com toda a solenidade. O presidente dos EUA e esposa, Melania Trump, apreciaram o esplendor de um espetáculo da realeza britânica. Trump foi recebido com guardas de honra militares e tropas montadas, antes de prestar uma homenagem privada ao túmulo da rainha Elizabeth II.
Donald Trump é o primeiro presidente norte-americano e até líder mundial a poder realizar duas visitas de Estado ao Reino Unido.
A pompa e o esplendor são deliberados, com o Reino Unido a tentar reforçar os laços com Trump num momento em que as suas políticas America First estão a pressionar os acordos comerciais e de segurança em todo o mundo. Para o presidente amante da grandiosidade, as festividades envolveram 120 cavalos e 1.300 soldados — incluindo a maior guarda de honra de que há memória.
Donald Trump teve ainda direito a uma visita guiada à Coleção Real, acompanhado pelo rei de Inglaterra e foi-lhe ainda possível prestar homenagem à rainha Isabel II, junto do tumulo da monarca.
Mais tarde, Trump e membros da família real participaram num banquete de Estado.
Carlos III celebra a aliança entre os EUA e o Reino Unido
O rei Carlos III celebrou a longa aliança de defesa e segurança entre os EUA e a Grã-Bretanha, ao mesmo tempo em que destacou a ameaça representada pela agressão russa na Ucrânia, durante um discurso proferido num banquete de gala em homenagem ao presidente Donald Trump.
"Em duas guerras mundiais, lutámos juntos para derrotar as forças da tirania", afirmou no Castelo de Windsor. "Hoje, com a tirania a ameaçar novamente a Europa, nós e os nossos aliados estamos unidos em apoio à Ucrânia".
O discurso aconteceu no primeiro dia da visita de Estado do presidente ao Reino Unido, numa altura em que surgem preocupações de que Trump não esteja a fazer o suficiente para pressionar o presidente russo, Vladimir Putin, a negociar um acordo de paz na Ucrânia. Alheio a esses pensamentos, Carlos elogiou o trabalho de Trump como pacificador.
"Os nossos países estão a trabalhar juntos em apoio a esforços diplomáticos cruciais, entre os quais se destaca, senhor presidente, o seu compromisso pessoal em encontrar soluções para alguns dos conflitos mais difíceis do mundo, a fim de garantir a paz".
Trump fala em laço "inestimável e eterno" entre os dois países
Também Donald Trump optou por celebrar a relação "inestimável e eterna" entre os EUA e o Reino Unido. No seu discurso, Trump parecia estar a saborear um dia repleto de pompa real britânica, chamando à visita "uma das maiores honras" da sua vida.
O presidente dos EUA disse que a palavra "especial" dificilmente faz justiça à relação entre os aliados transatlânticos.
"O vínculo de parentesco e identidade entre os Estados Unidos e o Reino Unido é inestimável e eterno", afirmou o presidente dos EUA.
Visita de Estado sem precedentes é acompanhada de protestos
Após a pompa e circunstância da realizada, o segundo dia da visita sem precedentes do presidente dos Estado Unidos será marcado por um lado mais prático e menos formal. Para quinta-feira está previsto um encontro entre Donald Trump e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.
A reunão deverá servir para discutir comércio, tecnologia e questões geopolíticas, nomeadamente o conflito na Ucrânia.
A contrastar com a solenidade da monarquia ficam os protestos que também pautaram o primeiro dia do líder norte-americano em terras de Sua Majestade.
Cerca de cinco mil de pessoas reuniram-se no centro de Londres esta quarta-feira à tarde em protesto. Cerca de 1600 agentes da polícia acompanharam a manifestação que também entoou palavras contra o racismo e o conflito na Faixa de Gaza.