As detenções de quarta-feira ocorreram no momento em que a Lituânia anunciou que uma rede alegadamente apoiada pela Rússia estava por detrás de uma série de explosões de encomendas na Europa no ano passado.
Três pessoas foram detidas perto de Londres, na quarta-feira, por suspeita de espionagem a favor da Rússia, informou a Polícia Metropolitana.
Os suspeitos - dois homens e uma mulher com idades compreendidas entre os 35 e os 46 anos - foram detidos em duas moradas em Essex, segundo um comunicado da polícia.
Acusados de violar a Lei de Segurança Nacional (NSA), foram transportados para uma esquadra da polícia em Londres.
Os três foram libertados sob fiança enquanto prosseguem as investigações.
Em resposta ao acontecimento, o Comandante Dominic Murphy, chefe do Comando Antiterrorista do Reino Unido, disse que a Grã-Bretanha estava a assistir a um "número crescente" de "proxies" recrutados por agências de inteligência estrangeiras.
"Na verdade, dois jovens britânicos aguardam sentença depois de terem sido recrutados pelo Grupo Wagner - efetivamente o estado russo - para realizar um incêndio criminoso num depósito ligado à Ucrânia", disse, referindo-se a um incidente que causou 1 milhão de libras (1.15 milhões de euros) de danos na capital inglesa em março de 2024.
"Eles enfrentam sentenças potencialmente longas, embora, para ser claro, as detenções de hoje não estejam de forma alguma relacionadas com essa investigação", acrescentou Murphy.
As detenções no Reino Unido ocorreram no mesmo dia em que as autoridades lituanas afirmaram que uma rede apoiada pela Rússia tinha planeado ataques incendiários em toda a Europa.
Vilnius afirmou que o grupo, alegadamente ligado aos serviços secretos militares russos GRU, estava por detrás de uma série de explosões em todo o continente no ano passado.
No último verão, encomendas transportadas pela DHL e DPD explodiram no Reino Unido, na Alemanha e na Polónia.
A Lituânia afirmou que dois dos 15 suspeitos tinham também realizado um ataque incendiário a uma loja Ikea em Vilnius no ano passado.
As buscas na Lituânia, Polónia, Letónia e Estónia revelaram mais engenhos incendiários, que as autoridades acreditam poderem vir a ser utilizados em futuros ataques.
Entretanto, os serviços de segurança da Letónia afirmaram ter detido um homem por alegadamente ter informado a Rússia sobre instalações militares letãs, exercícios de treino e sobre as tropas da NATO estacionadas no país.