Ana Anes terá confessado o crime nas redes sociais, onde acusa o pai de colaborar com a Mossad. José Manuel Anes sofreu "ferimentos e lacerações, no abdómen, mãos e pernas", segundo a Polícia Judiciária.
O antigo presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT), José Manuel Anes, foi esfaqueado na sua residência na segunda-feira. A principal suspeita da tentativa de homicídio é a filha Ana Anes.
José Manuel Anes, de 81 anos, foi transportado para o Hospital de São José em estado grave, embora esteja fora de perigo, depois de ter sido encontrado "prostrado no solo ensanguentado". O alerta para a agressão foi dado pelas 13:54, tendo sido deslocado um carro partulha da PSP para a residência do mesmo.
A testemunha que o encontrou disse ter “conhecimento do histórico de violência doméstica” entre Anes e a filha. Após Ana Anes, também conhecida por Ana Rawson, ter sido avistada a abandonar a casa da vítima, a testemunha terá corrido para dentro da residência por temer a "integridade física" do homem. Outras testemunhas também terão visto Ana Anes a sair de casa do pai após a agressão, o que levou a Polícia Judiciária a colocá-la "sob custódia".
"Está sob custódia da Polícia Judiciária (PJ) a principal suspeita da prática do crime de homicídio tentado, ocorrido esta tarde, em Lisboa, e que vitimou José Manuel Anes, antigo presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT)", pode ler-se no comunicado da PJ.
De acordo com a mesma fonte, "a vítima foi agredida com recurso a arma branca, tendo-lhe sido provocados vários ferimentos e lacerações, no abdómen, mãos e pernas".
No seguimento da agressão, Ana Anes, de 40 anos, fez várias publicações sobre o pai nas redes sociais.
Ana Anes recorreu às redes sociais para confessar o crime, tendo escrito que deixou o pai "sem olhos". A suspeita acusa José Manuel Anes de colaborar com a Mossad, a agência nacional de inteligência de Israel.
A filha de José Manuel Anes deu entrada no Estabelecimento Prisional de Tires, e encontrava-se emocionalmente fragilizada, apresentando sinais de choro. De acordo com a CNN, não foram registados comportamentos agressivos, autolesivos ou de agitação.
Ana Anes é autora do livro “Sete anos de Mau Sexo” e trabalhou para o Correio da Manã, onde mantinha uma crónica com contos eróticos.