A maior parte do exercício foi realizada no Mar do Norte, longe da Rússia e da Ucrânia, e envolveu bases militares na Bélgica, Grã-Bretanha, Dinamarca e Países Baixos.
O principal exercício nuclear anual da NATO está a chegar ao fim nos Países Baixos, com uma parte importante do treino a centrar-se na proteção das armas antes mesmo de serem utilizadas.
O "Steadfast Noon" teve início a 13 de outubro e envolveu 71 aeronaves de 14 países da NATO.
O exercício, há muito planeado, decorreu num contexto de segurança reforçada em torno das instalações militares na Europa, devido a uma série de violações do espaço aéreo por drones, algumas das quais atribuídas à Rússia.
"Há muito que não falamos sobre este assunto, mas está na altura de falarmos com os nossos cidadãos sobre o assunto. Temos assistido a uma retórica contínua por parte da Rússia. E, mais uma vez, isto não é uma ameaça, é uma demonstração de que podemos fazer isto a qualquer momento", disse o chefe das Operações Nucleares da NATO, o coronel Daniel Bunch.
Durante os exercícios, bombardeiros e caças que podem transportar ogivas nucleares descolaram de uma pista de aterragem, mas nenhuma arma nuclear ou munição real foi utilizada.
A maior parte do exercício decorreu no Mar do Norte, longe da Rússia e da Ucrânia, e envolveu bases militares na Bélgica, Grã-Bretanha, Dinamarca e Países Baixos.
No entanto, as ameaças representadas por Moscovo estão claras na mente dos líderes deste exercício conjunto.
"Preparamos mentalmente as pessoas envolvidas na execução tática da missão para que sejam capazes de realizá-la. Existem várias etapas envolvidas para manter esses pilotos atualizados para poderem realizá-las", referiu, na terça-feira, o tenente-coronel Bram Versteeg, comandante da esquadra 312 da força aérea neerlandesa.
"Não é algo que todos possam fazer. Trata-se de uma missão especial no âmbito da NATO. É uma missão especial no seio dos Aliados e é uma missão especial no seio da Força Aérea Neerlandesa".
Os Estados Unidos e o Reino Unido, com as suas forças nucleares, são fundamentais para a dissuasão estratégica da NATO. França também possui armas nucleares, mas não faz parte do grupo de planeamento nuclear da organização.
Os responsáveis da NATO não quiseram dizer que tipo de cenários foram utilizados para testar a prontidão nuclear da aliança de 32 nações, mas insistiram que não se dirigia a nenhum país em particular, nem se relacionava com acontecimentos internacionais que marcam a atualidade.
Os Estados Unidos forneceram caças F-35 capazes de transportar armas convencionais ou nucleares, aviões de reabastecimento e outros aviões de apoio. A Finlândia e a Polónia também enviaram aviões de combate.
Equipamentos de guerra eletrónica e sistemas de reconhecimento e inteligência também serão utilizados.
A declaração da Cimeira de Washington, acordada pelos líderes da aliança no ano passado, afirma que "o objetivo fundamental da capacidade nuclear da NATO é preservar a paz, impedir a coerção e dissuadir a agressão".
"Enquanto existirem armas nucleares, a NATO continuará a ser uma aliança nuclear", mencionou.
O líder da Direção de Política Nuclear da NATO, James Stokes, disse aos jornalistas que, apesar da retórica contínua e acalorada do Kremlin, os aliados "não viram qualquer mudança na postura nuclear da Rússia" recentemente.
A NATO continua a monitorizar as atividades militares russas, incluindo a utilização de mísseis de dupla capacidade na Ucrânia, que podem ser equipados com ogivas nucleares.
O "Steadfast Noon" termina a 24 de outubro.