Na véspera da cimeira da UE, a Ucrânia e a Suécia assinaram, na quarta-feira, um acordo para o fornecimento de até 150 caças Gripen E a Kiev durante a próxima década, com as primeiras entregas previstas para 2026.
A Suécia e a Ucrânia assinaram, na quarta-feira, uma carta de intenções para um potencial acordo de fornecimento de 150 caças Gripen E a Kiev nos próximos anos.
O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, reuniram-se em Linköping, sede da empresa de defesa Saab, que produz caças Gripen e outras armas.
Kristersson esclareceu que o memorando não tinha por objetivo o fornecimento imediato de novo armamento.
"Este é o início de uma longa viagem de 10 a 15 anos", disse o primeiro-ministro sueco, salientando que o acordo diz respeito à variante mais moderna da aeronave. Portanto, a capacidade de produção continua a ser limitada.
"Uma Ucrânia forte e capaz é uma prioridade fundamental para a Suécia e continuaremos a garantir que a Ucrânia possa lutar contra a agressão da Rússia", afirmou Kristersson no X.
Kiev e Estocolmo discutiram repetidamente a possibilidade de fornecer os aviões à Força Aérea da Ucrânia, que já opera aeronaves ocidentais, incluindo o Mirage 2000 e o F-16.
Zelenskyy afirmou que os aviões JAS 39 Gripen são "um dos elementos mais eficazes" no que respeita ao reforço das capacidades de defesa da Ucrânia.
Os meios de comunicação social suecos informaram que este modelo dos Gripen foi utilizado em combate direto pela primeira vez este ano, quando a Tailândia recorreu a caças em confrontos com o Camboja.
Antes disso, estes caças eram utilizados principalmente para policiamento aéreo. Foram destacados para a Polónia em 2025, no âmbito de uma missão da NATO para patrulhar o espaço aéreo aliado. Os Gripens foram também utilizados para fazer cumprir a zona de exclusão aérea da NATO na Líbia em 2014.
Curiosamente, o Gripen E funciona com um motor fabricado nos EUA, o General Electric F414-GE-39E.
"Contamos com as primeiras entregas de Gripens já em 2026", destacou Zelenskyy, referindo anteriormente que os pilotos ucranianos já começaram a treinar nos aviões suecos.
"Também discutimos a situação da defesa aérea e a implementação da iniciativa PURL [Lista de Requisitos Prioritários da Ucrânia]. Foi dada especial atenção ao setor energético da Ucrânia, com necessidades urgentes decorrentes dos ataques contínuos da Rússia às nossas infraestruturas energéticas", acrescentou.
O presidente da Ucrânia também afirmou que Kiev e Estocolmo "coordenaram posições antes das reuniões desta semana na Europa, da sessão do Conselho Europeu em Bruxelas e da Coligação de Boa Vontade em Londres".
"É crucial mantermo-nos unidos nas nossas decisões para alcançarmos os resultados que pretendemos", disse Zelenskyy um dia antes da cimeira da UE, que se centrará nas questões de defesa e segurança para a Ucrânia e, também, para a Europa.