"Não haverá concessões territoriais na Ucrânia", disse o presidente ucraniano, respondendo à pergunta da Euronews sobre se Kiev está a ser pressionada a fazer estas concessões à Rússia.
Não serão feitas "quaisquer concessões territoriais" à Rússia no âmbito das futuras negociações de paz, disse o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, à Euronews, à chegada à cimeira da UE em Bruxelas, na quinta-feira.
O "não" de Zelenskyy surgiu na manhã seguinte à imposição de novas sanções à Rússia por parte da UE e dos EUA, devido à recusa de Moscovo em chegar a um cessar-fogo na guerra contra o seu vizinho.
O Kremlin afirmou que as suas exigências não se alteraram, o que significa que Moscovo pretende manter o controlo da Crimeia e de quatro outras regiões da Ucrânia, que as forças russas não controlam totalmente.
No início desta semana, os meios de comunicação social norte-americanos noticiaram que Putin fez uma nova oferta a Trump, segundo a qual a Ucrânia entregaria as partes da região oriental do Donbass sob o seu controlo em troca de algumas partes mais pequenas das duas regiões meridionais da linha da frente, Kherson e Zaporíjia.
Alegadamente, a área em questão era a região ucraniana de Donetsk, que, juntamente com Luhansk, constitui o Donbass - uma grande zona industrial no leste da Ucrânia.
A Rússia tem tentado assumir o controlo total da região desde a primeira invasão em 2014, mas até hoje não conseguiu ocupá-la totalmente.
Mais tarde, o Kremlin deixou claro que não vai recuar e que continua a querer controlar a Crimeia, bem como as quatro regiões que, neste momento, estão apenas parcialmente ocupadas: Donetsk, Luhansk, Zaporíjia e Kherson.
"Sempre senti que ele queria tudo"
O próprio presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na quarta-feira que o seu homólogo russo, Vladimir Putin, não reduziu as suas ambições territoriais por causa da invasão da Ucrânia: "Sempre senti que ele queria tudo, não um pedaço", afirmou o Presidente dos EUA, referindo-se às exigências territoriais de Putin.
Congelar a guerra russa ao longo das atuais linhas da frente é "um bom compromisso", disse Zelenskyy na quarta-feira, reiterando o seu apoio a um cessar-fogo como primeiro passo para qualquer acordo que ponha fim à invasão em grande escala de Moscovo.
"Penso que foi um bom compromisso, mas não tenho a certeza de que Putin o apoie", disse Zelenskyy durante uma visita à Noruega, acrescentando que comunicou isso mesmo a Trump.
"Não se trata de um plano para parar totalmente a guerra, é sobretudo um plano de cessar-fogo", acrescentou.
Kiev tem vindo a sugerir esta abordagem desde as primeiras conversações com Trump: um cessar-fogo imediato e incondicional na Ucrânia, seguido de conversações diretas entre Zelenskyy e Putin.
Num esforço para pressionar Moscovo a concordar com um cessar-fogo, os EUA impuseram sanções às duas maiores empresas petrolíferas da Rússia, a Rosneft e a Lukoil.
"Chegou o momento de pôr termo à matança e de se proceder a um cessar-fogo imediato", declarou o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent.
"Dada a recusa do presidente Putin em pôr termo a esta guerra sem sentido, o Tesouro está a sancionar as duas maiores empresas petrolíferas russas que financiam a máquina de guerra do Kremlin", declarou.