Christian Brückner foi libertado em meados de setembro após cumprir pena, decorrente de uma condenação de 2019, pela violação de uma mulher americana de 72 anos em Portugal.
Brückner tem sido apontado como suspeito pelo desaparecimento de Maddy McCann, a jovem inglesa que desapareceu da Praia da Luz, no Algarve, em 2007. Madeleine McCann, de nacionalidade britânica, tinha três anos e passava férias com os pais e os irmãos gémeos.
O alemão cumpria pena de prisão na Alemanha por ter violado uma idosa de 72 anos em Portugal, na mesma altura do desaparecimento de Maddy. Christian Brückner viveu no Algarve entre 2000 e 2017.
Em setembro do corrente ano, o cidadão alemão foi libertado após cumprir uma pena imposta pelo tribunal alemão em 2019. Na altura da sua libertação, o tribunal de Hildesheim obrigou Brückner a utilizar pulseira eletrónica e a apresentar-se regularmente, por um período de 5 anos, aos serviços de liberdade condicional. O alemão ainda estava impedido de deixar a Alemanha.
Mas esta segunda-feira, um tribunal estadual superior em Celle afirmou que manteve a maioria das condições impostas na decisão de 28 de outubro, mas revogou a cláusula que exigia que ele residisse na Alemanha. O tribunal afirmou que isso interferia na liberdade de circulação dos cidadãos da União Europeia dentro do bloco de 27 nações.
O tribunal acrescenta que seria possível emitir uma proibição temporária de saída da Alemanha para o homem, por exemplo, para "tratar de questões técnicas", ou proibir-lhe a entrada em regiões específicas, mas que o tribunal de primeira instância de Hildesheim teria de decidir exatamente quais as medidas a tomar contra o ex-recluso.
Suspeito de raptar Madeleine McCann
Em junho de 2020, os procuradores alemães afirmaram que o cidadão alemão estava a ser investigado por suspeita de homicídio relacionado com o desaparecimento de McCann, numa estância balnear portuguesa, na Praia da Luz. “Ele não é o nosso principal suspeito; é o único suspeito”, disse Hans Christian Wolters, o procurador alemão responsável pela investigação, numa entrevista à BBC. Os investigadores presumem que a menina esteja morta.
Desde então, a polícia voltou a Portugal para efetuar buscas onde o cidadão alemão viveu por alguns anos. Mas o suspeito, que negou qualquer envolvimento no desaparecimento da criança de três anos, não foi acusado no caso.
A investigação, entretanto, não foi afetada pela sua libertação.
Friedrich Fülscher, advogado de Christian Brückner, afirmou que as acusações contra o seu cliente já teriam sido apresentadas há muito tempo se houvesse provas suficientes.