Aeronave declarada "hostil" entrou no espaço aéreo venezuelano sem autorização pelo estado de Apure, de acordo com um comandante.
A Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) intercetou e imobilizou na sexta-feira um avião, depois de o ter declarado "hostil" ao entrar pelo leste sem emitir código de identificação, com o transponder desligado e sem plano de voo. O facto foi comunicado na sexta-feira pelo comandante operacional estratégico Domingo Hernández Lárez, que acrescentou numa publicação no Instagram que "a sua interdição foi imediatamente ordenada" com três caças F-16.
A aeronave não cumpri os protocolos estabelecidos na lei de defesa do espaço aéreo venezuelano, pelo que foi exigida uma "aterragem forçada" numa zona do sudoeste de Apure, na fronteira com a Colômbia, onde foi imobilizada no solo, disse Hernández Lárez.
O chefe militar acrescentou que a Venezuela "é uma terra de paz, liberdade e democracia, de lei e justiça", e garantiu que os controlos continuarão a impedir que o seu espaço aéreo seja utilizado para o tráfico de drogas ou outras atividades ilícitas.
De acordo com a FANB, em 2025 aterraram 28 aviões e, desde 2012, foi registado um total de 419 casos.
A Venezuela denunciou uma "ameaça" por parte dos Estados Unidos, que mantêm tropas nas Caraíbas e alertou recentemente para uma alegada "situação potencialmente perigosa" no país, para a qual deve ser exercida "extrema cautela".
Suspensão dos voos internacionais
Por outro lado, o Aeroporto Internacional Simón Bolívar, que serve Caracas, amanheceu esta sexta-feira sem operações de companhias aéreas estrangeiras. O site oficial do aeroporto listou apenas nove partidas programadas, todas operadas por empresas venezuelanas, principalmente a Conviasa, com rotas para Curaçao, Colômbia, Panamá e Rússia, entre outros destinos.
O cancelamento dos voos estrangeiros ocorre no meio de uma onda de suspensões em massa após um aviso da Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) sobre riscos operacionais no espaço aéreo venezuelano. Donald Trump afirmou, no passado sábado, que o espaço aéreo da Venezuela deveria ser encerrado "na sua totalidade".
A situação causou alarme entre várias companhias aéreas internacionais, que optaram por suspender temporariamente as suas operações.