O governo de Nicolás Maduro revogou as autorizações de operação da Iberia, TAP, Avianca, Latam Colombia, Turkish Airlines e Gol, após um ultimato de 48 horas. As companhias aéreas tinham suspendido as suas rotas na sequência do aviso dos EUA sobre os riscos no espaço aéreo.
O governo venezuelano aplicou na quarta-feira a sanção anunciada contra seis companhias aéreas internacionais que tinham suspendido as suas operações para Caracas. A medida entrou em vigor após o fim do prazo de 48 horas que o governo de Nicolás Maduro deu às companhias para retomarem os seus voos.
As companhias afetadas são a Iberia, a TAP, a Turkish Airlines, a Avianca, a Latam Colombia e a Gol. Todas tinham cancelado as suas rotas depois de a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) ter emitido um aviso na sexta-feira passada, pedindo às companhias aéreas comerciais que tivessem extremo cuidado ao sobrevoar a Venezuela e o sul das Caraíbas.
O ministro do Interior venezuelano, Diosdado Cabello, comentou a situação de forma muito concisa e clara: "O governo nacional, numa decisão soberana, disse às companhias: se não retomarem os voos em 48 horas, não os retomem mais. Vocês ficam com os vossos aviões e nós ficamos com a nossa dignidade". Cabello insistiu que a Venezuela decide quem voa no seu território e reserva-se o direito de admissão.
Por enquanto, Copa, Wingo, Boliviana de Aviación, Satena e as companhias aéreas locais Avior e Conviasa mantêm suas operações regulares no país.
Aumenta a tensão militar nas Caraíbas
A crise surge no momento em que os Estados Unidos mantêm um destacamento militar sem precedentes nas Caraíbas, no âmbito da Operação Lança do Sul, anunciada em novembro para combater o tráfico de droga. Na quarta-feira, a Força Aérea norte-americana revelou que bombardeiros B-52H realizaram demonstrações de ataque nas águas das Caraíbas esta semana.
Dois aeroportos dominicanos serão utilizados temporariamente para apoiar as operações de combate ao tráfico de droga. São eles o Aeroporto Internacional das Américas e o aeroporto militar de San Isidro, ambos em Santo Domingo.
A vice-presidente executiva Delcy Rodríguez pediu calma: "O caminho a seguir não é enviar navios ou fazer ameaças militares".
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, afirmou que as conversações diretas entre Nicolás Maduro e Donald Trump, que declarou que os seus contactos com o líder venezuelano visam "salvar muitas vidas", são bem-vindas.