Pedro Sánchez apelou a um "verdadeiro" cessar-fogo em Gaza, em La Moncloa, durante o seu encontro com o presidente palestiniano Mahmoud Abbas, e defendeu a pressão diplomática para pôr termo à ofensiva, denunciar a crise humanitária e avançar para uma solução de dois Estados.
O presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, recebeu o presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, no Palácio da Moncloa, na quarta-feira. Durante o encontro, Sánchez apelou a um cessar-fogo "real" em Gaza, e "não feito de papelão", tendo em conta o que descreveu como uma situação humanitária crítica para a população palestiniana.
O chefe do executivo socialista denunciou o facto de "até hoje os palestinianos em Gaza continuarem a sofrer ataques, violência e restrições que violam os seus direitos básicos, como o direito à vida, à educação e à alimentação", e sublinhou que a ofensiva continua a causar um elevado número de vítimas civis.
Neste contexto, Sánchez garantiu que Espanha manterá a pressão diplomática para pôr termo à violência. "Não descansaremos enquanto não cessarem os ataques contra a população e não houver mais vítimas", afirmou. "Os responsáveis por este genocídio serão chamados a prestar contas, mais cedo ou mais tarde".
"A esperança terá de ser reconstruída".
O líder espanhol reiterou o apoio do seu governo a uma solução de dois Estados como a única forma de alcançar uma paz duradoura na região e alertou para a gravidade do impacto do conflito na população civil. "2025 foi um ano terrível para o povo palestiniano. Para centenas de milhares de homens, mulheres e crianças palestinianos, este será provavelmente o pior ano das suas vidas", afirmou, recordando que grande parte das habitações em Gaza já são inabitáveis, de acordo com dados da ONU.
Sánchez insistiu que a comunidade internacional não terá apenas de lidar com a reconstrução material após a guerra, mas também com a reconstrução moral e política. "Não teremos apenas de reconstruir edifícios, teremos de reconstruir a esperança", afirmou.
Por seu lado, Mahmoud Abbas agradeceu a Espanha o seu apoio e congratulou-se com o reconhecimento do Estado palestiniano pelo Governo espanhol, uma decisão que classificou de "histórica". O líder palestiniano valorizou igualmente o papel de Espanha na criação de uma coligação internacional a favor do reconhecimento da Palestina e do apoio ao seu povo.