O jato que partiu de Ancara com destino a Tripoli despenhou-se no distrito de Haymana. A bordo encontrava-se Mohammed Ali al Haddad, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas líbias do governo de unidade nacional.
Foram encontrados destroços do avião privado que descolou de Ancara com destino a Tripoli e que transportava o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas líbias leais ao governo de unidade nacional, Mohammed Ali al Haddad. A descoberta foi feita pela Gendarmeria turca a cerca de dois quilómetros a sul da aldeia de Kesikkavak, no distrito de Haymana, a cerca de setenta quilómetros da capital turca.
O anúncio foi feito pelo ministro do Interior turco, Ali Yerlikaya, que divulgou a descoberta nas redes sociais, afirmando que as autoridades continuarão a fornecer informações atualizadas sobre a evolução do incidente. Até ao momento, não foi divulgada qualquer informação oficial sobre o número de vítimas ou o estado dos passageiros.
O avião era um jato privado Dassault Falcon 50, que se terá despenhado cerca de 30 minutos após a descolagem do aeroporto de Esenboğa, em Ancara. Nas horas que se seguiram ao desaparecimento do radar, começaram a circular fotografias e vídeos não verificados nos canais Telegram e na plataforma X, que alegadamente mostravam partes metálicas do avião muito danificadas e espalhadas num terreno de terra batida.
De acordo com informações divulgadas por meios de comunicação especializados em aviação, a bordo do Falcon 50 (matrícula 9H-DFS) viajavam, além de Al Haddad, Alfitori Jribil, chefe do Estado-Maior das forças terrestres líbias, e outros militares. O avião dirigia-se para Tripoli no final de uma visita oficial à Turquia.
Poucas horas antes do acidente, Mohammed Ali al Haddad tinha-se encontrado com o Ministro da Defesa turco, Yasar Guler, num contexto de reforço da cooperação militar entre Ancara e Tripoli. Ainda no dia anterior, o Parlamento turco tinha aprovado o prolongamento por dois anos da missão militar turca na Líbia, sublinhando o papel estratégico da presença de Ancara no país do Norte de África.
As causas do incidente permanecem desconhecidas até ao momento. As autoridades turcas iniciaram investigações para esclarecer as circunstâncias que levaram à perda de contacto com o avião durante o voo e que culminaram no acidente.
A notícia tem um forte impacto político e regional, dado o papel central de Al Haddad nas tentativas de unificação das forças armadas líbias e no delicado equilíbrio entre as diferentes componentes militares e institucionais do país.
Quem foi Mohammed Ali Ahmed al-Haddad
Mohammed Ali Ahmed al-Haddad foi o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas líbias leais ao Governo de Unidade Nacional (GNU), sediado em Tripoli e reconhecido pela comunidade internacional. Considerado uma das figuras militares mais proeminentes do oeste da Líbia, Al-Haddad desempenhou um papel central nas tentativas de unificação das diferentes componentes armadas do país após anos de conflito e fragmentação na sequência da queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011.
No seu posto, representou a direção militar do executivo liderado por Abdul Hamid Dbeibah e trabalhou em estreita coordenação com os parceiros internacionais, em particular a Turquia, um aliado fundamental do governo de Tripoli em termos militares e estratégicos.
Poucas horas antes da queda do avião, Al-Haddad encontrou-se em Ancara com o Ministro da Defesa turco, Yasar Guler, num contexto marcado pela recente renovação da missão militar turca na Líbia. A sua figura era considerada crucial no delicado equilíbrio interno líbio e nas negociações para a estabilização do país, ainda dividido entre potências rivais e milícias armadas.