Análise do mercado cambial

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Esta semana analisamos a tendência do mercado cambial e, no Business Snapshot, as reações aos novos preços de petróleo nos Emirados Árabes Unidos.

O mercado cambial tem sofrido muitos altos e baixos, especialmente devido às decisões de muitos bancos centrais, que pesaram na troca de divisas.

Desde o início de 2015, os bancos centrais tiveram de tomar muitas decisões que pesaram fortemente nas divisas.

O índice do dólar norte-americano tem brilhado mais perante os sinais de que a Reserva Federal deve aumentar as taxas de juros. Valorizou quase 12% desde o início do ano, atingindo o nível mais elevado desde 2003.

O dólar norte-americano subiu fortemente face a outras divisas fortes, excetuando o franco suíço, devido à intervenção do banco central no início do ano.

O euro balança em torno da paridade com o dólar norte-americano, devido ao programa de alívio quantitativo do BCE, que tem vindo a emitir mais moeda.

A libra esterlina esteve sob pressão, mas recuperou recentemente com os indícios de que o Banco de Inglaterra vai aumentar as taxas de juro.

O yuan chinês manteve um caminho estável e atingiu ganhos decentes contra a maior parte das divisas.

O iene japonês, os dólares australiano e neozelandês continuaram sob pressão, por causa da contração de matérias-primas, como o ouro, o petróleo e a prata.

Para analisarmos o mercado cambial entrevistámos Nour eldeen al Hammoury da ADS securities.

“A moeda mais forte deve ser a libra britânica”

Daleen Hassan, euronews : As divisas globais têm tido um ano para recordar. Se analisarmos as tendências do mercado, que divisa deve liderar até ao final deste ano?

Nour eldeen al Hammoury : Este ano vai ficar na história. Vai ser um ano para recordar, depois de intervenções significativas por parte dos bancos centrais. A mais importante foi a decisão do Banco Nacional Suíço, que fez com que os bancos centrais interviessem uns atrás dos outros.
Entretanto, o dólar norte-americano continua a ser o rei das divisas, apesar do facto de ter caído um pouco recentemente, por causa da esperança de uma subida das taxas de juro ter vindo a ser adiada muitas vezes.
A moeda mais forte, que deve manter a sua força, até ao final do ano deve ser a libra esterlina, numa altura em que aumentam as expectativas de que o Banco de Inglaterra deve subir as taxas de juro no próximo ano, o que deve fazer com que os investidores comprem a moeda antecipadamente, tal como aconteceu este ano com o dólar norte-americano, baseando-se numa subida da taxa para este ano.

Daleen hassan , euronews: Como é que o yuan chinês está a manter a sua posição enquanto divisa segura e estável, apesar do que tem acontecido nos mercados chineses?

Nour eldeen al Hammoury: O yuan chinês não é uma divisa aberta, livre de ser transacionada diariamente. O Banco Central tem um controlo notável sobre esta moeda. Há uma banda de transação limitada entre os níveis 1% e 1,5% diariamente. A divisa não pode avançar mais do que esta percentagem, aconteça o que acontecer.
Além disso, a China começou a fazer ofertas de swap cambial a muitos países, incluindo da União Europeia, o que significa que os bens chineses são transacionados em yuans e não em dólares norte-americanos.
Isto aumentou o rating da divisa ao longo dos anos. Agora toda a gente está à espera das reuniões do FMI em setembro e outubro e isto pode vir com o anúncio de que o yuan chinês vai integrar a cesta de divisas mundial. Ao longo dos próximos anos, o yuan chinês deve atingir o mesmo rating que o dólar norte-americano como divisa de reserva.

Business Snapshot

Numa medida proativa para poupar milhares de milhões no orçamento geral dos Emirados Árabes Unidos, o Governo acabou com os subsídios aos combustíveis e vinculou os preços internacionais, o que significa uma subida de 24% no preço da gasolina.
O ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos acredita que a decisão vai apoiar a economia do país.
Quais foram as reações no dia em que entraram em vigor os preços?
A correspondente da Euronews Rita del Prete recolheu algumas reações no Dubai. Mais detalhes no Business snapshot.

Os residentes dos Emirados Árabes Unidos começaram este fim de semana a pagar mais pela gasolina. Um litro subiu 24%, custando agora 2.14 dirhams. Já o preço do petróleo caiu 29%, para 2.90 dirhams.

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A Euronews falou com cidadãos do Dubai no dia em que os preços entraram em vigor.

“Para os expatriados continua acessível, mas para os paquistaneses e indianos não sei”, diz um cidadão.

“Não pagamos IVA ou algo do género no Dubai. Por isso, acho que o preço é bastante aceitável”, afirma outro residente.

“Na Arábia Saudita a água é cara, mas o combustível é bastante barato e aqui a água é barata e o combustível é caro”, conclui outro cidadão.

Várias notícias avançam que o Kuwait e a Arábia Saudita devem tomar uma decisão parecida em breve.

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“A decisão do Governo pretende apoiar a economia dos Emirados Árabes Unidos. A redução dos preços do petróleo fez cair as receitas de todos os países da região do Golfo. O FMI prevê para 2015 um défice orçamental”, explica Rita Del Prete.

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