Economia britânica abranda perante a incerteza do Brexit

A "City of London", centro financeiro de Londres
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De  Joao Duarte Ferreira
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Do grupo das economias mais avançadas o Reino Unido foi o país que menos cresceu no último ano.

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A City de Londres, centro financeiro global, representa 12% da economia britânica e emprega 1,1 milhões de pessoas. No entanto, cerca de um terço das transações aqui efetuadas envolvem clientes europeus.
É por isso que para a City é fundamental manter os mesmos níveis de acesso aos mercados europeus após a saída da União Europeia. 

De momento, tal acesso é garantido devido à figura do Passaporte Europeu para Intermediários Financeiros. Isto permite a uma empresa transaccionar produtos financeiros em todos os países membros da União Europeia desde que reconhecido como operador financeiro no país de origem. Isto por sua vez implica um nível de alinhamento regulatórios entre os vários países envolvidos.

O Brexit contudo veio alterar profundamente a situação. Contudo, reina de momento a incerteza sobre se tal situação se manterá com a saída do Reino Unido da União Europeia.

Praticamente dois anos decorridos após o referendo as previsões mais pessimistas não se materializaram. A economia britânica continua a crescer mas o ritmo abrandou consideravelmente. Os dados estatísticos publicados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística britânico (ONS) são claros. De entre as principais economias mundiais, o Reino Unido foi a única economia cujo ritmo de crescimento abrandou no ano passado. Vejamos os dados relativos ao PIB (Produto Interno Bruto):

2015 + 2.2%

2016 + 1.8%

2017 + 1.8%

Fonte: ONS 

Os níveis de emprego permanecem elevados mas os números escondem as realidades do chamado trabalho precário. Eis alguns números relativos à taxa de emprego:

2015: 5.4%

2016: 4.9%

2017: 4.4%

Fonte: ONS 

As previsões de um enorme êxodo de trabalhadores europeus acabaram por não se materializar mas é preciso não esquecer que até agora nada de substancial mudou pois o Reino Unido ainda continua a gozar dos benefícios decorrentes da pertença à União Europeia.

Apesar dos efeitos estruturais ainda não serem visíveis, ou mesmo conhecidos, para muitos britânicos o custo de vida aumentou. De facto, uma das grandes mudanças ocorridas foi o aumento do custo de vida. O Brexit levou à queda da libra e os efeitos não demoraram a fazerem-se sentir nos bolsos dos britânicos. Vejamos os números da inflação:

2015: 0.4%

2016: 1%

2017: 2.6%

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Fonte: ONS 

Por isso, numa altura em que a primeira-ministra Theresa May assinala um ano até à saída oficial da União Europeia, há quem defenda que as questões de fundo ainda não foram resolvidas e os problemas foram tão só adiados.

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