Eurodeputados deverão aprovar diretiva sobre salário mínimo. A diretiva visa, também, alargar a cobertura pela negociação coletiva, idealmente para os 80% da força laboral de cada país.
Os eurodeputados deverão dar luz verde às novas regras da União Europeia sobre salários mínimos para combater a pobreza no trabalho. Na sessão plenária em Estrasburgo, França, examinam um acordo que foi negociado com os governos dos 27 Estados-membros, em junho passado.
A votação está agendada para quarta-feira e alguns eurodeputados elogiaram a proposta como um sinal forte na atual crise de inflação.
"Esta directiva é um passo muito importante para combater a pobreza estrutural que vemos na União Europeia. Há tantas pessoas que lutam para conseguir pagar as contas, ainda antes de falarmos de inflação, ainda antes de falarmos de preços da energia que sobem em flecha. É muito importante conseguir uma mudança estrutural, que irá beneficiar milhões de cidadãos europeus", disse a alemã Ska Keller, dos verdes, em entrevista à euronews.
Governos devem promover "nível de vida decente"
A definição do salário mínimo continuará a ser uma prerrogativa dos governos dos Estados-membros. Mas o valor deve garantir um nível de vida decente face ao contexto socioeconómico e o nível médio de poder de compra de cada país.
"Este é o fim de uma era. Durante décadas, os países europeus competiram entre si pelos trabalhadores mais baratos, mais vulneráveis e era algo visto como uma vantagem. Chega ao fim uma era em que a competitividade é medida pela força de trabalho barata e vulnerável", comentou a húngara Klara Dobrev, do centro-esquerda.
A diretiva visa, também, alargar a cobertura pela negociação coletiva, idealmente para os 80% da força laboral de cada país.
Os governos devem, ainda, aumentar a informação sobre este direito entre os trabalhadores e incrementar as inspeções do trabalho por forma a agir rapidamente contra os empregadores que não cumpram a lei.