Balanço das promessas feitas no último discurso sobre o Estado da UE

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, no discurso do Estado da UE em 2022
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, no discurso do Estado da UE em 2022 Direitos de autor Dati Bendo/EC/DATI BENDO
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De  Isabel Marques da SilvaMaria Psara
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A guerra na Ucrânia, que eclodiu em fevereiro de 2022, foi um momento de viragem para a UE e marcou o discurso sobre o Estado da UE nesse ano. As promessas feitas nessa altura pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foram cumpridas? A Euronews faz o balanço com dois analistas .

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APOIO À UCRÂNIA -****"Quero deixar bem claro que as sanções vieram para ficar".

Ursula von der Leyen prometeu sanções contra a Rússia e cumpriu. Por exemplo, foi definido um teto máximo para o preço do petróleo russo e o comércio entre as duas partes caiu a pique, com a UE a proibir a exportação de tecnologias críticas para o esforço de guerra, entre muitos outros produtos e serviços.

"Penso que podemos e devemos ir mais longe no que se refere à questão de saber o que significa para a Ucrânia entrar na União Europeia. Tal implicará prestar muito mais apoio à Ucrânia para que se possa preparar e também reformar a União Europeia para o alargamento. É um aspeto em que, de facto, não estamos a progredir", considera Janis Emmanouilidis, analista no Centro de Política Europeia.

ENERGIA - "Temos de dissociar a influência dominante do preço do gás no preço da eletricidade".

Essa dissociação dos preços ainda não aconteceu e a reforma do mercado da eletricidade proposta pela Comissão Europeia está num impasse devido à falta de consenso entre os Estados-membros.

Mas está a ser reduzida a dependência do gás russo e os preços da energia já baixaram dos picos astronómicos, no ano passado.

"O ano passado foi muito marcado pela crise energética, havia muitas preocupações sobre o preço do gás, por exemplo. A Comissão Europeia prometeu combater esta crise e fazer baixar os preços. De certa forma, isso foi feito", disse Eric Maurice, responsável pelo gabinete de Bruxelas da Fundação Robert Schuman.

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS - "Temos de trabalhar incansavelmente para nos adaptarmos ao clima"

O Pacto Ecológico continua a ser uma das principais prioridades do executivo comunitário. Foi concluída alguma legislação, como por exemplo, a proibição de veículos que funcionam com combustíveis fósseis até 2035, mas muitos diplomas estão pendentes.

"Vemos que há cada vez mais discussões sobre o que deve ser feito, o que podemos pagar e muitos debates políticos sobre as soluções de compromisso, especialmente numa época em que as economias estão sob pressão. Vemos que, de um modo geral, está a tornar-se mais difícil, tanto a nível global como a nível europeu, lidar com as consequências das alterações climáticas e isso também se faz sentir a nível da UE", afirmou Janis Emmanouilidis.

MIGRAÇÃO - "Quero uma Europa que gira a migração com dignidade e respeito".

O equilíbrio certo entre solidariedade e responsabilidade dos Estados-membros na receção de requerentes de asilo é o objetivo do Pacto da UE de Migração e Asilo, com reforço da proteção de fronteiras, mas ainda não está a ser implementado.

"Há um compromisso em cima da mesa, mas sabemos que muitos governos não estão satisfeitos porque são países da linha da frente ou porque não querem que os migrantes venham para os seus países. Por isso, será difícil encontrar uma solução que satisfaça toda a gente. Mas este plano foi concebido para preparar a próxima crise e, de certa forma, já estamos na próxima crise. Terão de atuar muito rapidamente, caso contrário, o plano ficará sob pressão e será ainda mais difícil chegar a um acordo", explicou Eric Maurice.

A equipa de von der Leyen tem nove meses até às eleições europeias para fechar os dossiês e sobre isso deverá pronunciar-se a presidente, no discurso, quarta-feira, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França).

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