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BCE volta a baixar taxas de juro, com inflação abaixo do objetivo

Edifício do BCE em Frankfurt, Alemanha. 19 de setembro de 2024.
Edifício do BCE em Frankfurt, Alemanha. 19 de setembro de 2024. Direitos de autor  Michael Probst/AP
Direitos de autor Michael Probst/AP
De Eleanor Butler
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A redução de 25 pontos de base, esperada pelos analistas, surge num contexto de inflação baixa e de crescimento anémico da economia da Zona Euro.

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O Banco Central Europeu (BCE) reduziu as taxas de juro esta quinta-feira, durante a reunião de outubro, marcando a terceira redução consecutiva desde junho.

As novas taxas de juro foram fixadas em 3,40% para as operações principais de refinanciamento, 3,65% para a facilidade permanente de cedência de liquidez e 3,25% para a facilidade permanente de depósito.

A taxa de juro das operações principais de refinanciamento é a taxa que os bancos pagam quando pedem dinheiro emprestado ao BCE durante uma semana, enquanto a taxa da facilidade permanente de cedência de liquidez é o custo que os bancos pagam quando precisam de pedir dinheiro emprestado ao banco central no prazo de um dia.

A taxa da facilidade permanente de depósito, por seu turno, é a taxa de juro que os bancos recebem quando depositam dinheiro no BCE de um dia para o outro.

"O Conselho do BCE decidiu hoje baixar as três taxas de juro diretoras em 25 pontos base. Em particular, a decisão de baixar a taxa da facilidade permanente de depósito - a taxa através da qual o Conselho do BCE orienta a orientação da política monetária - baseia-se na avaliação atualizada das perspetivas para a inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária", afirmou o BCE em comunicado.

"A informação que nos chega sobre a inflação mostra que o processo desinflacionista está bem encaminhado. As perspetivas de inflação são também afetadas pelas recentes surpresas negativas nos indicadores da atividade económica. Entretanto, as condições de financiamento continuam a ser restritivas", acrescenta o documento.

Em vez da sede em Frankfurt, os decisores políticos estão este mês reunidos em Llubljana, na Eslovénia.

Inflação em queda

A decisão de baixar os custos dos empréstimos surge numa altura em que a inflação na zona euro desceu para 1,7% em setembro, valor revisto, contra 2,2% em agosto. Foi a primeira vez, em três anos, que o valor ficou abaixo do objetivo de 2% do BCE.

Este declínio foi impulsionado principalmente pela queda dos preços da energia, embora a inflação subjacente - excluindo os preços voláteis da energia e dos produtos alimentares - tenha permanecido estável nos 2,7%. A inflação dos serviços é também uma exceção teimosa, situando-se em 3,9% em termos anuais.

Apesar disso, espera-se que a taxa de inflação global se situe em torno dos 2% durante o resto de 2024, embora possa ultrapassar ligeiramente o objetivo - de acordo com os economistas.

"Os últimos desenvolvimentos reforçam a nossa confiança de que a inflação regressará ao objetivo em tempo útil", afirmou a presidente do BCE, Christine Lagarde, numa audição parlamentar da União Europeia em Bruxelas, no mês passado.

Lagarde acrescentou que o BCE iria "ter isso em conta" na reunião de política monetária de outubro.

Crescimento ténue

Os sinais de que a economia da zona euro está a estagnar também contribuíram para a redução da taxa de juro, com muitos a esperarem que a redução dos custos dos empréstimos estimule agora a despesa. O crescimento foi de apenas 0,2% no segundo trimestre de 2024, um valor revisto em baixa em relação a uma estimativa anterior de 0,3%.

"Tal deveu-se a um crescimento do consumo privado e do investimento inferior ao esperado, bem como a existências mais fracas, apesar de um contributo mais forte do que o esperado do comércio líquido", afirmou o BCE.

O crescimento previsto para o terceiro trimestre é de 0,2%, enquanto o BCE espera que o total anual seja de 0,8%, abaixo da previsão de 0,9% de junho. As estimativas para 2025 foram revistas em baixa, de 1,4% para 1,3%.

No que se refere a outros indicadores, o índice PMI composto da zona euro (HCOB) caiu em setembro. O PMI, que se baseia nas respostas aos inquéritos dos intervenientes nos setores da indústria transformadora e dos serviços, desceu abaixo do limiar dos 50 pontos, o que revela uma contração da atividade do setor privado.

A Alemanha, maior economia da zona euro, encontra-se numa situação particularmente difícil. Prevê-se que a sua economia diminua 0,2% em 2024, após uma contração de 0,3% em 2023.

A decisão de quinta-feira do BCE surge depois de a Reserva Federal dos EUA ter reduzido as taxas em 50 pontos base no mês passado, a primeira redução desde o início de 2020.

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