Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

Bitcoin ultrapassa os 100.000 dólares após anúncio de Trump

O logótipo da Bitcoin sobre um fundo preto
O logótipo da Bitcoin sobre um fundo preto Direitos de autor  Canva
Direitos de autor Canva
De Indrabati Lahiri com APTN
Publicado a
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button

O marco ocorre poucas horas depois de o presidente eleito ter sinalizado uma abordagem regulatória mais leve para a indústria, quando disse que pretende nomear o defensor das criptomoedas Paul Atkins para ser o próximo presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos.

PUBLICIDADE

A Bitcoin ultrapassou a marca dos 100.000 dólares, à medida que se desenrola uma recuperação em grande escala da criptomoeda mais popular do mundo, desencadeada pela eleição de Donald Trump.

O marco vem horas depois de o presidente eleito ter sinalizado uma abordagem regulatória mais leve para a indústria, ao dizer que pretende nomear o defensor das criptomoedas Paul Atkins para ser o próximo presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC).

A Bitcoin atingiu valores sem precedentes desde que Trump venceu as eleições a 5 de novembro. A criptomoeda subiu dramaticamente de 69.374 dólares (65.833,48 euros) no dia da eleição e subiu para os 103.713 dólares (98.386,82 euros) na quarta-feira, de acordo com a CoinDesk. Há apenas dois anos, a bitcoin caiu para menos de 17.000 dólares (16.131,21 euros) após colapso da bolsa de criptomoedas FTX.

Por quanto tempo a bitcoin permanecerá acima da marca dos 100.000 dólares é incerto. A criptomoeda caiu para pouco menos de 102.000 dólares (96.789,35 euros) ao princípio desta quinta-feira. Tal como acontece com tudo no volátil criptomercado, o futuro é impossível de prever. E embora alguns estejam otimistas quanto a ganhos futuros, outros especialistas continuam a alertar para os riscos de investimento.

Eis o que precisa de saber.

Voltar atrás. O que é a criptomoeda?

A criptomoeda já existe há algum tempo. Mas é provável que tenha ouvido falar dela cada vez mais nos últimos anos.

Em termos básicos, a criptomoeda é dinheiro digital. Este tipo de moeda foi concebido para funcionar através de uma rede online sem uma autoridade central - o que significa que, normalmente, não é suportado por nenhum Governo ou instituição bancária - e as transações são registadas através de uma tecnologia chamada "blockchain".

A Bitcoin é a maior e mais antiga criptomoeda, embora outros ativos como a ethereum, a tether e a dogecoin também tenham ganho popularidade ao longo dos anos. Alguns investidores vêem a criptomoeda como uma "alternativa digital" ao dinheiro tradicional, mas a grande maioria das transações financeiras diárias continua a ser efetuada com moedas fiduciárias, como o dólar. Além disso, a bitcoin pode ser muito volátil, estando o seu preço dependente de condições de mercado mais alargadas.

Porque é que a bitcoin está a subir?

Muita da ação recente está relacionada com o resultado das eleições presidenciais nos EUA.

Trump, que já foi um cético em relação às criptomoedas, prometeu fazer dos EUA "a capital das criptomoedas do planeta" e criar uma "reserva estratégica" de bitcoin. A sua campanha aceitou doações em criptomoeda e ele cortejou fãs numa conferência de bitcoin em julho. Lançou também a World Liberty Financial, uma nova empresa com membros da família para negociar criptomoedas.

Aqueles que fazem parte desta indústria celebraram a vitória de Trump, na esperança de que ele fosse capaz de promover mudanças legislativas e regulatórias pelas quais há muito fazem lobby - que, de modo geral, visam um maior sentido de legitimidade sem muita burocracia.

Trump deu um passo nessa direção na quarta-feira, quando disse que tencionava nomear Paul Atkins para presidir à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês). Atkins foi comissário da SEC durante a presidência de George W. Bush. Nos anos desde que deixou a agência, Atkins criticou o excesso de regulamentação do mercado. Juntou-se à Token Alliance, uma organização de defesa da criptomoeda, em 2017.

Sob o comando do atual presidente Gary Gensler, a SEC reprimiu a indústria da criptomoeda, penalizando várias empresas por violar as leis de valores mobiliários. Mas também enfrentou críticas de elementos da indústria no processo, como o diretor jurídico da Robinhood, que descreveu a abordagem de Gensler em relação à criptomoeda como "rígida" e "hostil". Gensler deixará o cargo quando Trump assumir a presidência.

Um movimento favorável à criptomoeda que a SEC fez sob a lideramça de Gensler foi a aprovação, em janeiro, de ETFs de bitcoin à vista, ou fundos de comércio de câmbio, que permitem aos investidores ter uma participação na bitcoin sem ter de comprá-la diretamente. Estes foram o motor dominante do preço da bitcoin antes da eleição - mas, como grande parte do impulso recente da criptomoeda, registaram fluxos recorde após as eleições.

Quais são os riscos?

A história mostra que se pode perder dinheiro em criptomoedas tão rapidamente quanto se ganha. O comportamento dos preços a longo prazo depende de condições de mercado mais alargadas. A negociação continua a todas as horas, todos os dias.

No início da pandemia de COVID-19, a bitcoin estava em pouco mais de 5.000 dólares (4.744,58 euros). O seu preço subiu para quase 69.000 dólares (65.475,15 euros) em novembro de 2021, durante a elevada procura por ativos tecnológicos, mas depois caiu durante uma série agressiva de aumentos das taxas de juro pela Reserva Federal. E o colapso da FTX no final de 2022 minou significativamente a confiança nas criptomoedas em geral, com a bitcoin caindo abaixo de 17.000 dólares.

Os investidores começaram a regressar em grande número quando a inflação começou a esfriar - e os ganhos dispararam com a antecipação e o sucesso inicial dos ETFs à vista. Mas os especialistas continuam a insistir na cautela, especialmente para os investidores com poucos recursos. E a regulamentação mais leve da próxima administração Trump pode significar menos proteção.

"Eu diria, mantenham as coisas simples. E não assumam mais riscos do que aqueles que podem suportar", aconselhou Adam Morgan McCarthy, analista da Kaiko, empresa que opera no setor. Detalhou ainda que não existe uma "bola mágica" que permita saber ao certo o que virá a seguir.

E quanto ao impacto climático?

Ativos como a bitcoin são produzidos através de um processo chamado "mineração", que consome muita energia. As operações que dependem de fontes poluentes têm suscitado especial preocupação ao longo dos anos.

Um estudo recente publicado pela Universidade das Nações Unidas e pela revista Earth's Future concluiu que a pegada de carbono da extração de bitcoin em 2020-2021, em 76 países, era equivalente às emissões resultantes da queima de 84 mil milhões de libras de carvão ou do funcionamento de 190 centrais elétricas alimentadas a gás natural. O carvão satisfez a maior parte das necessidades de eletricidade da bitcoin (45%), seguido do gás natural (21%) e da energia hidroelétrica (16%).

O impacto ambiental da extração de bitcoin depende em grande medida da fonte de energia utilizada. Os analistas da indústria afirmam que a utilização de energia limpa tem aumentado nos últimos anos, coincidindo com os crescentes apelos à proteção do clima.

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

Mercados franceses perto do mínimo de quatro meses devido a crise governamental

Mercados europeus caem após a vitória de Trump, com as atenções viradas para a Fed

Em que país europeu é que as pessoas investem mais em criptomoedas?