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Terá a Airbus de procurar o seu próprio Trump?

O logótipo da Boeing é exibido na fábrica da empresa, em 24 de setembro de 2024, em Renton, Washington.
O logótipo da Boeing é exibido na fábrica da empresa, a 24 de setembro de 2024, em Renton, Washington. Direitos de autor  Ted S. Warren/Copyright 2020 The AP. All rights reserved.
Direitos de autor Ted S. Warren/Copyright 2020 The AP. All rights reserved.
De Peggy Corlin
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Enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, tem promovido grandes encomendas, a Airbus não tem um defensor tão fervoroso. Contudo, especialistas dizem à Euronews que, com a carteira de encomendas cheia, o campeão europeu da aviação talvez não precise de um.

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Enquanto Trump celebra o sucesso do seu campeão da aeronáutica Boeing, há uma notável falta de vozes de destaque a defender a Airbus, mas a empresa europeia já ganhou a batalha dos pedidos, disseram especialistas à Euronews.

“A batalha hoje é mais na frente operacional e de entrega do que na obtenção de novos pedidos, porque o livro de encomendas já está cheio”, afirmou Pascal Fabre, consultor da AlixPartners, à Euronews, acrescentando: “Para o A320 e o A350 da Airbus, praticamente não há slots de entrega disponíveis antes de 2030.”

A Airbus tem atualmente 8.716 pedidos não preenchidos ou pendentes, enquanto a Boeing tem 6.531.

O presidente dos EUA, Donald Trump, fez ontem destaque de uma nova encomenda de 8 mil milhões de dólares, assinada pelo Uzbequistão para aeronaves Boeing, descrevendo-a como “um GRANDE negócio”.

Este ano está a ser promissor para os pedidos recebidos pelo fabricante de aeronaves dos EUA, com rumores de um novo contrato a ser anunciado esta semana com a Turquia. De recordar que Trump já tinha assegurado uma encomenda de 96 mil milhões de dólares para a empresa durante a sua viagem ao Qatar, em maio passado.

No entanto, Pascal Fabre minimizou a importância destes negócios da Boeing, observando que muitos clientes dependem de ambos os fabricantes.

“Muitos pedidos à Boeing são feitos por estados ou empresas estatais, que alternam entre a Airbus e a Boeing. Este é o caso do Qatar, Turquia e China,” afirmou.

Desde o início do ano, a Boeing já recebeu 725 pedidos e a Airbus 600 .

Esforços de lobby deram frutos durante a recente visita oficial do presidente francês Emmanuel Macron ao Vietname em maio, quando a companhia aérea vietnamita Vietjet Air anunciou a intenção de encomendar vinte Airbus A330-900s, num valor total de sete mil milhões de euros.

Em junho, a LOT Polish Airlines também fez um pedido de 40 aeronaves ao campeão europeu da aeronáutica, marcando a primeira vez que a transportadora nacional da Polónia comprou aviões à Airbus, numa altura em que crescem as preocupações polacas sobre o apoio de segurança dos EUA.

Em julho, a empresa de leasing de aeronaves com sede na Irlanda, Avolon, estabeleceu interesse em adquirir 90 aeronaves Airbus, num valor estimado de 12,4 mil milhões de euros.

Boeing com problemas de entrega

A reputação do campeão dos EUA está a sofrer devido aos problemas de entrega.

“Trump a vangloriar-se de todos estes negócios é um bom sinal para a Boeing, mas a Boeing também tem de realmente entregar esses pedidos que recebeu, o que em grande parte não conseguiu fazer nos últimos cinco a dez anos,” disse Grant Holve, especialista da Forecast International à Euronews.

Segundo o eurodeputado francês liberal Christophe Grudler, especialista do setor dentro do seu grupo parlamentar RENEW Europe, isso explica todo o barulho feito por Trump.

“A Boeing precisa de fazer algum trabalho de relações públicas, dado que a confiança nas suas aeronaves está no ponto mais baixo de sempre,” disse Grudler à Euronews, acrescentando que "os aviões da Airbus continuam a vender bem.”

O eurodeputado também minimizou a rivalidade Airbus/Boeing, apontando para a interdependência das cadeias de produção dos dois fabricantes, algo notado também pelos EUA e que levou o país a isentar as aeronaves europeias das tarifas como parte do acordo comercial alcançado com a UE em julho.

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