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PIB da zona euro supera previsões: Portugal lidera crescimento

Elétricos circulam pelas ruas estreitas de Alfama, em Lisboa
Elétricos percorrem as ruas estreitas do bairro de Alfama, em Lisboa Direitos de autor  Copyright 2023 The Associated Press. All rights reserved
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De Piero Cingari
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PIB da zona euro sobe 0,2% no terceiro trimestre de 2025 face ao anterior. Entre os Estados-membros, Portugal registou a maior taxa de crescimento, 0,8%.

A zona euro registou um crescimento ligeiramente acima do esperado no terceiro trimestre de 2025, dando um sinal de resiliência após meses de fraco dinamismo.

Mas, por detrás, a recuperação expõe disparidades crescentes entre os Estados-membros, com a fraqueza da indústria alemã a continuar a pesar no desempenho do bloco.

O produto interno bruto (PIB) da zona euro aumentou 0,2% em cadeia, segundo estimativas preliminares do Eurostat divulgadas na quinta-feira.

A ligeira subida representa uma melhoria face aos 0,1% do segundo trimestre e supera as expectativas dos analistas, que apontavam para crescimento inalterado.

Em termos homólogos, o crescimento da zona euro abrandou para 1,3%, de 1,5%, embora tenha ficado ligeiramente acima dos 1,2% previstos pelos economistas. A União Europeia teve um desempenho um pouco melhor, ao expandir 0,3% em cadeia e 1,5% face a há um ano.

Portugal lidera na zona euro

Entre os países com dados disponíveis, Portugal foi o que mais cresceu na zona euro, com o PIB a aumentar 0,8% em cadeia, impulsionado pela resiliência da procura interna e pelo turismo.

No conjunto da UE, a Suécia liderou com 1,1%, seguida da Chéquia, com 0,7%. No extremo oposto, a Lituânia contraiu 0,2%, enquanto a Irlanda e a Finlândia recuaram 0,1%.

A economia alemã esteve estagnada no terceiro trimestre, após uma contração de 0,2% no segundo, penalizada pela queda das exportações num contexto de tarifas comerciais mais elevadas nos EUA.

"A economia da zona euro continua a avançar, em vez de resvalar para a contração", disse Joe Nellis, professor de economia na Universidade de Cranfield e conselheiro económico da MHA.

Nellis salientou que a procura dos consumidores mostrou uma melhoria tímida no terceiro trimestre, ajudada pelo abrandamento da inflação e por salários ligeiramente mais altos, o que deu algum alívio às famílias. Os serviços aguentaram-se, mas a indústria transformadora e as exportações continuaram fracas, penalizadas pela procura global débil e por pressões de custos persistentes.

"A zona euro está a conseguir crescer, mas muito lentamente", acrescentou Nellis, apontando o fraco desempenho continuado de Alemanha e França como um travão para o bloco.

As duas maiores economias da zona euro, disse, "continuam a disputar o pouco invejável título de 'o doente da Europa'".

Mercados cautelosos antes da decisão do BCE

Os mercados reagiram com cautela aos dados do PIB, com o sentimento condicionado pelos movimentos dos bancos centrais.

As bolsas europeias recuaram ligeiramente na quinta-feira, acompanhando uma correção mais ampla depois de Jerome Powell, presidente da Fed, adotar um tom mais restritivo do que o esperado após o corte de 25 pontos base decidido na quarta-feira pelo banco central dos EUA.

Powell contrariou as expectativas do mercado de novo corte dos juros em dezembro, afirmando que está "longe de ser um dado adquirido".

O EURO STOXX 50 caía 0,39%, com o IBEX 35, de Espanha, a descer 1,14% e o FTSE MIB, de Itália, a recuar 0,80%. O CAC 40, em França, perdia 0,64%, enquanto o índice alemão DAX deslizava 0,11%.

No plano empresarial, a ING Groep avançou 4,63% após apresentar lucros trimestrais acima do esperado, enquanto a Airbus subiu 2,06% ao superar as estimativas.

Em contrapartida, as ações da Schneider Electric caíram 4,06%, depois de o grupo industrial francês rever ligeiramente as metas para 2025, apesar do crescimento sólido das receitas trimestrais.

As atenções voltam-se agora para o Banco Central Europeu (BCE), que deverá manter as taxas inalteradas na reunião de política monetária desta quinta-feira.

Será a terceira manutenção consecutiva, com o BCE a equilibrar sinais de resiliência com desinflação em curso e crescimento anémico.

A taxa principal de refinanciamento deverá manter-se em 2,15% e a taxa de depósito em 2,0%.

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