“In the Crosswind”, de Martti Helde, é um dos filmes mais marcantes do ano, na Estónia.
Conta a história da deportação em massa dos estónios para a Sibéria, em 1941. O realizador decidiu filmar a preto e branco. A rodagem prolongou-se durante três anos e meio. O guião foi baseado em cartas que as famílias dos deportados receberam.
Aos 27 Martti Helde é o mais jovem realizador do Festival de Cinema Black Nights realizado em Tallinn. “In the Crosswind” é a sua primeira longa metragem: “A ideia veio de uma carta específica, a primeira que li. Havia uma parte: sinto que o tempo parou aqui na Sibéria que meu corpo está na Sibéria, mas a minha alma ainda está na minha terra natal. Então apercebi-me que queria fazer um filme, onde o tempo parasse, para recriar a sensação das pessoas na Sibéria… Queria que o público no cinema sentisse o mesmo que as pessoas na Sibéria. Quis tirar a liberdade do público, não podem decidir para onde olhar, onde é o foco de concentração. A recreação deste sentimento foi a ideia principal.”
O filme já foi exibido em vários festivais internacionais como o de Toronto ou o de Varsóvia. E vai estrear em França, em Março de 2015.
“Cherry Tobacco” também é a primeira longa metragem de Katrin Maimik que se juntou ao marido, o cineasta Andrés Maimik, para realizar este projeto: “É um filme de ficção. Mas há alguns pormenores e momentos da vida real. Se fizermos filme sobre o amor há que ter alguma experiência. Há algumas coisas da minha vida, sim…”
O filme foi rodado no sul da Estónia, onde as pessoas têm uma forte ligação com a natureza. “Cherry Tobacco” acaba de sair na Estónia e esteve presente em vários festivais, como em Karlovy Vary, Minsk, no Luxemburgo e em Cambridge.