No lindo cenário da Konzerthaus de Viena, acompanhada pela orquestra Tonhalle de Zurique e sob a batuta de Lionel Bringuier, o prodígio
Yuja Wang deixou o público de boca aberta com esta execução do concerto número dois de Prokofiev.
“Penso que tenho uma afinidade com Prokofiev porque ele é muito sarcástico, um desafio à autoridade e eu adoro-o. Conheço o neto dele, que vive em Londres e é DJ e compositor”, diz a pianista.
“O concerto número dois significa muito para mim. Ouvi-o pela primeira vez quando tinha 14 anos. Lembro-me de ter ficado arrebatada pela intensidade emocional desta peça. Não há uma única nota que esteja a mais. Todas elas têm um significado. A peça representa uma psicologia conflituosa”.
15 steps to being an AMAZING pianist: http://t.co/eDOODcrkNd (so you can be just like @YujaWang) pic.twitter.com/tfFkatagJk
— Classic FM (@ClassicFM) February 17, 2015
“O que vejo na minha cabeça é uma bruxa envolta em fumo. Há muita cor, muito fogo de artifício. Mas o significado é negro. Diria mesmo que é fantasmagórico. Psicologicamente é muito potente, chega a ser perturbador, mas eu adoro”.
Nesta peça musical tão complexa, qual o movimento que intimida mais a pianista?
“Todos os movimentos! O que mais impressiona é toda a energia necessária para executar a peça, tanto fisicamente como mental e psicologicamente, porque não pára, do princípio ao fim”.
Além da música, Yuja Wang é viciada em moda e tem também outras grandes paixões. “Os amigos, sem dúvida, e a comida. Os chocolates”.
*“Se todos procuraramos a perfeição, o que não significa não falhar notas, porque não somos máquinas, mas sim um estado de êxtase, algo que mexe com as pessoas, o poder da música que arrebata o público, é disso que estamos à procura. Por isso estou sempre a apanhar aviões de manhã para tocar à noite. Também recebo muito em troca”.
Yuja Wang no Festspiele de Zurique
Yuja Wang vai, novamente, tocar com a orquestra Tonhalle no Festspiele de Zurique, de 24 a 26 de junho, com Gustavo Dudamel a dirigir.
Peças do recital:
Richard Wagner, Vorspiel und Liebestod, de “Tristão e Isolda”.
Richard Strauss, Tod und Verklärung op. 24
Piotr I. Tschaikovsky, Concerto para piano No. 1 em Si Menor.