Encontro internacional junta grupos de teatro europeus em Budapeste

Companhias de teatros de vários países estiveram reunidas em em Budapeste. O Encontro Internacional de Teatro de Madách pretende estabelecer uma ponte entre culturas. O organizador do evento sublinha que nem sempre é fácil conhecer a cultura dos países mais pequenos.
O teatro húngaro não é muito conhecido mundialmente. Infelizmente, isso acontece muito no caso da cultura dos pequenos países.
“O teatro húngaro não é muito conhecido mundialmente. Infelizmente, isso acontece muito no caso da cultura dos pequenos países. A importância dessas culturas é maior do que o tamanho do território ou o número de habitantes. As companhias de teatro estrangeiras podem ser uma fonte de inspiração importante”, sublinhou o diretor do evento, Dejan Projkovski.
O Teatro Nacional da Macedónia apresentou a peça “A casa eterna”. Trata-se da história de uma casa por onde passaram várias figuras ilustres, nomeadamente o linguista e historiador Petkov Misirkov.
“Ele foi um linguista genial, falava 26 ou 27 línguas.
Petkov Misirkov aprendia línguas muito depressa.
Ele estudou sânscrito na universidade de São Petersburgo e estabeleceu as regras da língua macedónia enquanto língua literária. O talento dele era tão grande quanto o do Mozart e ambos tiveram o mesmo destino, morreram jovens e na pobreza”. disse Dejan Projkovsi, diretor do Teatro Nacional da Macedónia.
Os bilhetes para o espetáculo da companhia italiana Piccolo Theatre esgotaram rapidamente. A peça “As vozes interiores” encenada por Toni Servillo, tem corrido os palcos europeus. O ator e encenador italiano tornou-se célebre ao interpretar Il Divo e a Grande Beleza, vencedor do óscar de melhor filme estrangeiro em 2014.
“De acordo com a lenda, a personagem criada pelo escritor Eduardo De Filippo inspirou-se numa pessoa real mas não sabemos se é verdade. No palco, o que mostramos é mais real do que a própria realidade porque ele é uma personagem chave da peça, o tio Nicola, ele deixou de lado as palavras porque as palavras já não criam laços entre as pessoas e perderam credibilidade, por isso o tio Nicole é o símbolo da condição das personagens da peça”, contou Servillo.
O Centro de Arte Contemporânea DAKH de Kiev encenou uma obra intitulada “A gaiola do cão”. O espetáculo aborda a questão do sofrimento humano e do horror. O encenador ucraniano Vladyslav Troitskyi contou que durante um encontro em Paris, sentiu a tensão existente entre os artistas russos e ucranianos presentes no evento parisiense.
“A primeira parte da peça fala de distopia na Ucrânia. O antigo presidente Viktor Yanukovych tomou o poder em 2010, na altura em que a peça foi escrita. Há um sentimento de desespero contido na peça”, explicou Vladyslav Troitskyi, diretor do Centro de Arte Contemporânea DAKH.
O Burgtheater de Vienna encenou a Gaivota de Anton Chekhov. Após a representação, o grupo leu uma mensagem política muito crítica em relação ao estado da democracia na Hungria. “Uma parte do público aplaudiu. Houve pessoas que assobiaram. O Teatro Nacional Húngaro criticou a iniciativa austríaca e pediu explicações ao Burgtheater”, contou o correspondente da euronews, Gábor Ács.