“The Gift”, a primeira longa metragem do australiano Joel Edgerton aborda uma questão angustiante: é possível viver sem nunca ter prejudicado ninguém?
Simon e Robyn são um jovem casal sem problemas até que um encontro casual com um colega de liceu de Simon arruína a estabilidade em que tinham vivido até ali. Simon não reconhece o antigo colega, mas uma série de estranhos encontros vêm revelar um segredo perturbador do passado, mais de 20 anos depois.
Edgerton não só escreveu o guião e realizou este seu primeiro filme, mas interpreta também um dos papéis, encarnando a personagem do amigo indesejado.
Nesta proeza, foi auxiliado pelo irmão. E pela experiência de trabalho com Ridley Scott:
“Quando eu estava diante da câmara, o meu irmão, que é um realizador, estava lá, do outro lado. Mas eu tive bons mestres e não esqueço um conselho que me deu Ridley Scott, com quem trabalhei há um ano e meio. Ridley disse muito simplesmente: ‘faz as coisas como queres que sejam feitas’”.
Neste filme está subjacente a reflexão sobre a necessidade de perdoar e esquecer. No entanto, há aqueles que são incapazes de deixar passar as mágoas, deixando que o ressentimento se transforme em raiva e tome conta da vida.
O personagem interpretado por Edgerton é incapaz de deixar para trás aquilo que o personagem interpretado por Jason Bateman disse e fez, 25 anos antes.
A questão do perdão não deixa ninguém indiferente. Rebecca Hall reconhece que é muito difícil perdoar, mas que este filme pode ajudar:
“É menos sobre se estamos dispostos a perdoar, e mais sobre o facto de ser mais fácil perdoar a alguém que assumiu a responsabilidade pela ofensa.
Como quando alguém foi injusto e nos agrediu no passado e mais tarde se tornou apenas mais subtil, disfarça melhor a agressão e o desprezo.”
“The Gift” estreia em Portugal no dia 5 de novembro.