"The Dancing Queens": Dançar para mudar mentalidades

"The Dancing Queens": Dançar para mudar mentalidades
De  Euronews

“The Dancing Queens” é a companhia transexual de dança mais famosa da Índia. Baseada em Bombaim, a companhia usa a dança para defender os direitos dos transexuais.

Entre danças tradicionais e sucessos de Bollywood, a companhia mostram como é viver na Índia quando se é diferente. Mostra-se a luta pela aceitação, depois do Supremo Tribunal ter reconhecido a transexualidade como terceiro género em 2014.

E mesmo se a Índia é um dos poucos países a reconhecer legalmente mais de dois sexos, a comunidade transexual continua a ser discriminada numa sociedade conservadora.

Urmi Jadhav, ativista transexual e cofundadora de “The Dancing Queens” defende: “Cada passo é uma luta. Pode-se usar um sari mas não se é uma verdadeira mulher. Somos considerados terceiro género. Não é fácil preservar a nossa identidade, aquilo que somos, não é fácil avançar e enfrentar tanta discriminação”.

Para lá da discriminação, há também a violência. “The Dancing Queens” mostra em palco o assédio sexual e a violência que a comunidade vive no quotidiano, incluindo a nível profissional.

De acordo com a Abhina Aher, dirigente da companhia e ativista, “a violência aumentou com o tempo, mas as oportunidades de emprego não. A decisão do Supremo Tribunal é apenas sobre documentos, não se traduziu em ação”.

O Godrej India Culture Lab é um espaço experimental que fomenta a reflexão sobre uma Índia moderna. Através deste espaço, a companhia de dança organiza eventos para debater o tema da sexualidade.

Parmesh Shahani, fundador do Godrej India Culture Lab, evoca uma mudança gradual das mentalidades: “Acho que em breve haverá uma série de mudanças. Os funcionários homossexuais, bissexuais e transgéneros (LGTB) revelam-se no emprego, as empresas como a nossa criam estes espaços. Em breve haverá mais pessoas LGTB no mercado do trabalho. Essa mudança está em marcha”.

“The Dancing Queens” foi criada inicialmente para a Gay Pride de Bombaim em 2009. Hoje continua a tentar quebrar barreiras com coreografias sensíveis. O objetivo é promover a luta pelo direito de se ser diferente.