As obras de arte mais antigas do mundo na gruta Chauvet em França

As obras de arte mais antigas do mundo na gruta Chauvet em França
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De  Elza GONCALVES
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Graças à réplica da Gruta Chauvet, no sul de França, o público pode contemplar as obras de arte mais antigas do mundo: um conjunto de mil pinturas rupestres realizadas há 36 mil…

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Graças à réplica da Gruta Chauvet, no sul de França, o público pode contemplar as obras de arte mais antigas do mundo: um conjunto de mil pinturas rupestres realizadas há 36 mil anos.

A gruta foi encontrada por acaso, em 1994, por três espeleólogos amadores. O grupo ficou fascinado com o que encontrou: cerca de mil pinturas e gravuras intactas. A cópia quase exata da gruta, a Caverna do Pont D’arc, abriu as portas ao público, em 2015.

Os peritos confirmaram que uma parte das pinturas data de há 36 mil anos, ou seja, são as obras de arte rupestre mais antigas do mundo (a datação foi possível para as obras em carvão mas não para as pinturas a ocre).

As pinturas representam 14 espécies de animais, nomeadamente, ursos das cavernas, rinocerontes lanudos, leões, panteras e cavalos. Algumas espécies já se extinguiram. Numa das paredes da gruta, há um fresco com leões onde estão representados 92 animais. A maioria, das obras retrata animais mas há duas exceções: a representação das mãos humanas e a representação da vulva feminina.

A representação do sexo feminino é vista por alguns investigadores como o sinal do elevado estatuto social da mulher nas sociedades de caçadores-recoletores (aliás, a mais antiga estátua humana, descoberta na Áustria em 1908, representa uma mulher, a “Vénus de Willendorf”; que terá sido esculpida há 22 mil anos).

Os autores das pinturas da Gruta de Chauvet são os nossos antepassados diretos, homo sapiens sapiens. Eram caçadores recoletores nómadas e viviam em pequenos grupos. Há 36 mil anos, a Europa tinha um clima mais frio do que o atual. Na era glacial, durante o inverno, as temperaturas rondavam os vinte graus negativos. Ao contrário do que se possa pensar, os humanos não viviam em cavernas. As cavernas abrigavam ursos das cavernas e outros animais perigosos, como demonstram as centenas de ossos de animais encontrados na gruta Chauvet.

Os geólogos afirmam que, há 30 mil anos, o local foi visitado por uma pessoa, como atestam as pegadas e as marcas de carvão deixadas por uma tocha. Depois, houve um desmoronamento de terras que levou ao fecho da gruta. Para evitar causar estragos nas pinturas, a gruta original encontra-se encerrada mas a réplica reproduz na perfeição o interior da gruta, as pinturas, as gravuras e as ossadas de ursos.

A caverna do Pont D’arc está aberta ao público durante todo o ano, de segunda a domingo. Devido ao elevado número de visitantes, convém reservar o bilhete na Internet, com antecedência.

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