Thomas Feuerstein é um dos artistas convidados para a edição deste ano
À primeira vista parece um laboratório científico. Mas é uma instalação de arte.
Na exposição de Thomas Feuerstein, patente na Bienal de Arte Contemporânea de Lyon, uma bactéria destrói a escultura de Prometeu, que roubou o fogo aos Deuses para dar à humanidade.
Como castigo, foi amarrado a uma rocha. Todos os dias uma águia era enviada para comer o fígado do herói da mitologia grega.
Numa outra parte da exposição, as mesmas bactérias juntam-se a células humanas para criar um fígado humano num reator biológico.
Para Thomas Feuerstein, a arte e a realidade contemporâneas estão intimamente ligadas com as ciências naturais.
“Como escultor, estou interessado em materialidades, processos químicos e transformação molecular. E ser capaz de contar uma história com estes processos e transformação é um trabalho de enriquecimento enorme (...) É também uma questão de especulação e de ficção científica entre a utopia e a distopia, entre a distopia e o horror. É uma especulação sobre como a nossa sociedade se vai desenvolver, como nos devemos alimentar, de onde virão os nossos recursos no futuro. E a solução proposta é que não vamos comer nem animais nem plantas - vamos alimentar-nos de minerais. É um jogo intelectual - estou a brincar com o futuro para pensarmos o presente e encontrarmos soluções alternativas”.