Indústria teatral britânica em crise profunda

Palcos voltam a receber espetáculos, mas crise agudiza-se no West End de Londres
Palcos voltam a receber espetáculos, mas crise agudiza-se no West End de Londres   -  Direitos de autor  AP Photo/Alberto Pezzali
De  Joao Duarte Ferreira

Por todo o mundo, a indústria do entretenimento atravessa uma crise sem paralelo devido à pandemia.

A zona do West End no centro de Londres, onde ficam muitos dos principais teatros, ressente-se de forma particular.

Mesmo assim, apesar de todas as contrariedades, uma companhia conseguiu levar à cena uma adaptação do musical "Jesus Christ Superstar: The Concert".

"Teatro, quando só se tem 30% de capacidade simplesmente não funciona em termos financeiros.
A única razão porque isto funciona é porque é um espetáculo que já fizemos antes. Temos cenários que reutilizámos. Para o teatro, o essencial é podermos abrir com capacidade completa tal como já demonstrámos. O teatro é um ambiente seguro em que podemos gerir o público", afirma WIlliam Village, diretor-executivo do Teatro Aberto de Regent's Park, em Londres.

Para muitos, a solução passa pela implementação de testes rápidos.

"Penso que cabe ao governo apoiar os procedimentos de teste, porque isso custa aos produtores muito dinheiro. E também os sindicatos devem apoiar os testes de forma a não interferir com o nosso dia de ensaios" defende o diretor musical Morgan Young.

Outro problema para os profissionais deste sector é que existem regras diferentes para o teatro em comparação com as indústrias do cinema e televisão.

"Por exemplo, Ken Billington, que é um designer de iluminação norte-americano, respeitado e premiado, apanhou um avião e teve de fazer duas semanas de quarentena aqui à chegada. E se ele estivesse a trabalhar para o cinema ou a televisão, ele poderia não ter efetuado a quarentena", desabafou o produtor musical, Michael Rose.