Espétaculos na montra para contornar a crise

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De  Teresa Bizarro
A Montra dos Espetáculos, em Berlim
A Montra dos Espetáculos, em Berlim   -  Direitos de autor  AP

Uma montra transformada em palco. A ideia de um agente cultural em Berlim está a contaminar a cidade. Confrontados com o encerramento das salas de epetáculos, os músicos e artistas alemães procuram opções. Gerd Normann olhou para a vitrine de uma pequena loja como uma resposta aos desafios da pandemia. Ali, à face da rua, separados por um vidro, músicos, cantores e performers podem atuar sem infringir as regras.

"Eles estão sentados em casa e querem praticar a sua profissão. Quando têm a possibilidade de o fazer, entram na montra e ficam felizes. Como artista, quero mostrar o meu ofício, a minha arte. Quero mostrar-los a um público," diz Gerd Normann, criador do conceito ''Das Show Fenster'' - as montras do espetáculo.

Quem passa, para, aplaude e, na maior parte das vezes, contribui. 

Tenho muitos amigos que são interpretes ou artistas e sei o quanto estão a sofrer. É penoso só de ver
Aga Curek
residente de Berlim

Da montra para a rua vai um passo. O barítono Günther Stolarz e a pianista Isabel Schuman fazem por estes dias de uma praça de Berlim palco. Dizem que já aprenderam com as lições da pandemia

"Penso que a pandemia ensinou-nos a importância real do contacto humano e mostrou-nos quanto desejamos estar perto de outros. A dependêcia cresce e desenvolve-se e nós valorizamos isso cada vez mais," afirma Günther Stolarz.

Numa praça ou na montra de uma loja. As performances viradas para a rua são um sucesso e podem continuar depois da pandemia.