No concerto inaugural, o carismático maestro venezuelano conduziu os grandes clássicos e obras de compositores contemporâneos
Gustavo Dudamel começou um novo desafio musical cheio de paixão e energia na Ópera de Paris. O maestro conduziu recentemente as primeiras notas na capital francesa. Chefe da Filarmónica de Los Angeles desde 2009, o venezuelano foi nomeado Diretor Musical em Paris para as próximas seis temporadas.
No concerto de abertura deu uma pista sobre o que podemos esperar desta nova era. Alguns clássicos famosos, de Verdi e Wagner, mas também obras contemporâneas de compositores como John Adams. "Creio que a tradição está sempre presente, mas há também um desejo de descobrir e redescobrir coisas", explica Dudamel.
O maestro revela que quer derrubar barreiras e apresentar novas obras num esforço para atrair novos públicos para a ópera. Sobre as suas primeiras semanas em Paris, Dudamel diz que "tem sido bonito fazer ensaios com a orquestra e saber que os músicos estão abertos para dançar".
O maestro venezuelano mergulha o público num universo de ritmos latino-americanos, refletindo a sua identidade musical. Para a mezzo-soprano Marie-Andrée Bouchard-Lesieur, Dudamel “tem no sangue um lado muito ritmado, muito percussivo e até mesmo corporal”. “Pode-se sentir que ele tem muito a transmitir aos jovens, para além da sua simplicidade e bondade. Ele tem uma energia muito positiva que é transmitida imediatamente '', afirma a cantora
Foi o novo Diretor Geral da Ópera de Paris, Alexander Neef, que teve a ideia de trazer Dudamel para a capital francesa."O que sempre me impressionou no Gustavo foi a sua crença muito, muito firme de que a música é para todos, de que todos podem compreender a música", revela Neef. Dudamel fala desse objetivo como uma missão. “Queremos ter cada vez mais pessoas a gostar de música clássica porque, no final, trata-se de acesso à beleza", conclui.