Encenadores visionários do século XXI

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Neste programa vamos descobrir jovens encenadores e diretores de cena talentosos que estão a revolucionar o mundo da ópera. Ganharam prémios e trabalham regularmente nas mais prestigiadas casas de ópera do mundo.

A reportagem da jornalista Andrea Büring revela o talento do alemão Tobias Kratzer, que trabalha frequentemente com o artista de vídeo Manuel Braun e com o cenógrafo e figurinista Rainer Sellmaier. Kratzer será o próximo diretor da Ópera de Hamburgo.

No programa, também vamos descobrir a "arte" de Lydia Steier, uma encenadora americana de origem austríaca, que veio para a Alemanha com uma bolsa Fulbright. Outro encenador que nos revela a sua visão da arte é Simon Stone. O australiano nascido na Suíça dirige óperas, peças de teatro e filmes. Stone realizou um filme para a plataforma Netflix, que foi nomeado para um prémio BAFTA em 2021. No seu trabalho, utiliza tecnologias modernas e traz óperas para o palco como se fossem filmes.

Artistas visionários

Estão à frente do seu tempo. São encenadores "visionários", que querem entreter o público.

"Não basta ter uma voz bonita. Tem de ser uma atuação teatral muito boa", diz Lydia Steier.

"Entramos diretamente num mundo que nos pode agarrar fisicamente, onde a música tem acesso direto ao sistema nervoso", diz Tobias Kratzer.

"Não represento uma ópera se não vir uma versão dela no mundo em que vivemos", diz Simon Stone.

Temas modernos, clássicos, que continuam a ser importantes hoje em dia, e encenações "marcantes". São estes os elementos que devem dominar a ópera do século XXI.

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Tobias KratzerEuronews

Manter a mesma equipa

Há uma nova geração de encenadores que sabe dar um toque moderno às obras clássicas, como o drama épico Fausto, encenado por Tobias Kratzer na L'opéra Bastille.

"Fausto é uma grande ópera, e era muito claro para mim que tinha de ser um verdadeiro espetáculo”, diz Tobias Kratzer.

Para Alexander Neef, diretor-geral da Ópera de Paris, “Tobias compreendeu muito bem que se pode oferecer uma ideia contemporânea do "Fausto" mas com os meios de comunicação atuais (...) Para o público, passa a ideia de que é uma história que se passa nos dias de hoje”.

O alemão Tobias Kratzer será o próximo diretor da Ópera de Hamburgo. Ganhou prémios de prestígio e dirigiu produções em numerosos teatros de ópera internacionais. A revista "Opernwelt" nomeou-o "Maestro do Ano" em 2020. Qual é o segredo do seu sucesso? Um ingrediente básico: a mesma equipa. Uma equipa constituída pelo artista de vídeo Manuel Braun e pelo cenógrafo e figurinista Rainer Sellmaier.

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Lydia SteierEuronews

"A ideia é seduzir o público"

No mundo da ópera, Lydia Steier é reconhecida como uma encenadora talentosa e premiada. É progressista, feminista e não tem medo de provocar.

"Ser mulher, neste setor, significa comportarmo-nos de forma diferente dos homens. E temos de estar conscientes da diferença, na perceção de certas reações, com base no nosso género. Por exemplo, um homem que faz uma birra e sai a correr da sala é um percecionista. Uma mulher que faz o mesmo é uma "histérica", diz Steier.

A encenadora americana, que tem "raízes austríacas", começou por querer ser cantora. Mas rapidamente mudou os seus planos. É famosa pelas suas encenações visualmente intensas.

"A ideia é seduzir o público, fazê-lo divertir-se e comover-se com uma linguagem visual. E depois, meter o dedo na ferida e dizer: Não se reveem nisto? Isto é sobre nós. Todas as peças que dirijo têm de ser sobre nós", diz Steier.

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Simon StoneEuronews

"Trabalhar de uma forma que não nos é familiar"

Outro encenador premiado é o australiano nascido na Suíça, Simon Stone.

Antes de se mudar para a Europa, foi descrito como o "rebelde" do teatro australiano. Como encenador, quer que o seu elenco improvise e participe no processo criativo.

“Se quisermos alcançar algo "novo", temos de trabalhar de uma forma que não nos é familiar. Penso que os artistas não se desafiam o suficiente para se colocarem em situações que não dominam. Estou constantemente a mover-me entre formas de arte e estou constantemente a ter de me atualizar", diz Simon Stone.

O realizador australiano nascido na Suíça exprime as suas capacidades como escritor, ator e realizador de peças de teatro, óperas e até filmes.

"Para as óperas continuarem a ser representadas, é preciso mostrar que são relevantes para o mundo em que vivemos. Penso que essa é a forma mais fácil de garantir que o público sente que a ópera é indispensável enquanto forma de arte", acrescenta.

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