Maestro Riccardo Muti presta homenagem aos refugiados sírios com a apresentação dos Caminhos da Amizade em Jerash e Pompeia
A música é uma linguagem universal que atinge o coração de todos os tipos de pessoas, independentemente da sua língua ou cultura.
Desde 1997, em Sarajevo, o projeto "Os Caminhos da Amizade do Festival de Ravenna" tem transmitido uma mensagem de paz e de encontro entre culturas, através do trabalho do maestro Riccardo Muti.
Este ano, os dois famosos sítios arqueológicos de Pompeia, em Itália, e Jerash, na Jordânia, servem de pano de fundo à história de milhares de sírios que são obrigados a viver em campos de refugiados na vizinha Jordânia.
Para Muti, a música é a forma mais elevada de política e leva as pessoas a abraçarem-se sinceramente.
"Abrir os braços é composto por dois movimentos: primeiro, abrir para dar as boas-vindas e, em segundo lugar, segurar com força. Em vez de apenas dar as boas-vindas e, depois abrir os braços, deixar cair os braços, como quem diz 'agora é contigo'," explica o maestro Ricardo Muti
"A música é uma língua mundial. Por isso, embora não falemos outras línguas, como o italiano, temos a música em comum entre nós. Ter músicos italianos e jordanos a tocar juntos, é como se estivéssemos a aprender uns com os outros," considera a violinista Nouran Husni Moh'd Meho.
A música clássica encontra-se com a música tradicional síria e o seu cantar de dôr, através das palavras e das vozes dos artistas.
"É uma canção que fala do povo esquecido, daqueles que suportaram a guerra e a miséria e que foram esquecidos. Por isso, esta noite, trazemos as vozes deste povo," revela a cantora Mirna Kassis.
"Em 2020, a Euronews seguiu os Caminhos da Amizade e o maestro Riccardo Muti com o seu belo concerto no sítio arqueológico de Paestum, perto de Pompeia, em honra do povo sírio, forçado a fugir para a Jordânia por causa da guerra. Hoje, passados 3 anos, para além dos concertos em Ravenna e Jerash, a Pompeia Oriental, a música das estradas da amizade ainda ressoa poderosamente no Grande Teatro da antiga Pompeia," relata o jornalista da euronews, Luca Palamara
Essa mesma música leva-nos a abraçarmo-nos e a vivermos juntos.
"É o que acontece na orquestra de Cherubini, onde músicos jordanos convivem com músicos italianos, no reino da harmonia. Ao cuidar da harmonia e da beleza, descobrimos que somos irmãos. Este é o nosso dever," afirma o maestro Ricardo Muti.