O famoso artista e escultor americano era mais conhecido por transformar paredes curvas de aço enferrujado e outros materiais maleáveis em obras de arte ao ar livre de grande escala, que se encontram atualmente espalhadas por todo o mundo.
Considerado um dos escultores mais importantes do século XX, com obras nos melhores museus e coleções de todo o mundo, Richard Serra morreu aos 85 anos.
Foi o advogado de Serra, John Silberman, quem confirmou a morte do escultor na terça-feira. A causa foi uma pneumonia.
Conhecido pelos colegas como o "poeta do ferro", Serra tornou-se mundialmente conhecido pelas suas estruturas de aço de grande escala, tais como arcos monumentais, espirais e elipses. Foi muito identificado com o movimento minimalista da década de 1970.
Filho de mãe judia russa e pai espanhol a viverem em São Francisco, Serra trabalhou em fundições de aço para ajudar a financiar os estudos nos campus de Berkeley e Santa Barbara da Universidade da Califórnia.
Depois, passou a estudar pintura em Yale, onde se formou em 1964.
O trabalho de escultura de Serra começou a ganhar a atenção do público em 1981, quando instalou uma parede curva de aço bruto com 36,5 metros de comprimento e 3,6 metros de altura que divide a Federal Plaza em Nova Iorque.
A escultura, denominada "Tilted Arc" (Arco Inclinado), gerou uma reação rápida das pessoas que trabalhavam no local e que exigiram que fosse removida. Foi mais tarde retirada, mas a popularidade de Serra na cena artística nova-iorquina tinha-se consolidado.
As suas obras foram instaladas em paisagens e incluídas nas coleções de museus de todo o mundo, desde o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque até aos desertos do Qatar.
Em 2005, oito grandes obras de Serra foram instaladas permanentemente no Museu Guggenheim em Espanha. Carmen Jimenez, organizadora da exposição, afirmou que Serra era "sem dúvida o mais importante escultor vivo".
A sua criação monumental "The Matter of Time", composta por sete esculturas imponentes, convida os visitantes a caminharem através delas e à sua volta, "criando uma sensação inesquecível e vertiginosa de espaço em movimento".
Serra organizou meticulosamente as obras de arte para guiar os visitantes através delas e do espaço circundante. A colocação dentro da galeria cria passagens com dimensões diferentes e muitas vezes surpreendentes (largas, estreitas, compridas, comprimidas, altas, baixas).
Será recordado como um dos artistas mais influentes do seu tempo, que ultrapassou os limites da escultura tradicional e desafiou o público a reconsiderar a sua relação com a arte e o espaço.