Para que um poeta popular prevaleça sobre outro é preciso capacidade lírica, raciocínio rápido e improvisação.
Nos tempos modernos, o mundo da música rap resolve as suas diferenças em palco com as chamadas batalhas de rap, algo a que os cinéfilos assistiram, por exemplo, no filme 8 Mile, protagonizado por Eminem.
Mas há alguns séculos, os poetas populares cipriotas já tinham encontrado uma forma própria de se enfrentarem e se destacarem em termos líricos.
A lírica tsiattista é uma forma de poesia popular cipriota que, desde 2011, fazem parte da lista do Património Cultural Imaterial da UNESCO.
Ser tsiattista, como se chamam os poetas deste género, exige uma combinação de capacidade lírica, raciocínio rápido e improvisação, com cada poeta popular a tentar vencer o rival, sendo o juiz final o público e um comité.
O último concurso realizou-se no âmbito do Festival Kataklismos 2025, em Larnaca, com os artistas a usar violinos e alaúdes para marcar o ritmo.
A poesia poética tsiattista existe há muitos séculos. Agora os jovens de Chipre estão a tentar manter viva esta tradição e transmiti-la às gerações seguintes.
Os duelos têm muitas semelhanças com as batalhas de rap. Os dois concorrentes usam frases, palavras e gestos para atacar o adversário e, quando o ouvem, ficam com as mãos atrás das costas à espera da sua vez de atacar com ritmo e lirismo.
A competição termina com a atribuição dos prémios pelo júri, que tem em conta as reações do público, tal como acontece no rap.
No fim, porém, todos os concorrentes saem abraçados por terem atingido o objetivo: manter viva a tradição.