Ator e realizador morreu aos 89 anos.
O ator e realizador norte-americano Robert Redford morreu esta terça-feira na sua casa no Utah, aos 89 anos.
A notícia está a ser avançada pelo New York Times que cita a assessora de imprensa do ator, que informou que este morreu durante o sono na sua casa, em Utah, nos Estados Unidos.
Redford morreu "na sua casa em Sundance, nas montanhas de Utah — o lugar que ele amava, rodeado por aqueles que amava", disse Cindi Berger em comunicado. A causa da morte não foi divulgada.
Charles Robert Redford nasceu em 1936 em Santa Mónia, no estado norte-americano da Califórnia. Cresceu em Los Angeles e acabou por estudar representação na American Musical and Dramatic Academy.
Como ator começou a ganhar destaque nos anos 60, depois de alguns trabalhos menores em televisão, cinema e até no teatro. Foi em 1965 que conseguiu o primeiro papel marcante da carreira, em "O Estranho Mundo de Daisy Clover" ao lado de Natalie Wood. O papel valeu-lhe uma indicação ao Globo de Ouro.
Depois de alcançar o estrelato, Redford foi uma das maiores estrelas dos anos 70, com filmes como "O Candidato", "Os Homens do Presidente" e "O Nosso Amor de Ontem", encerrando essa década com o Oscar de melhor realizador por "Ordinary People", de 1980, que também ganhou o Oscar de melhor filme no mesmo ano.
Considerado um sex symbol, o ator ficou conhecido pelo seu cabelo loiro ondulado e o sorriso juvenil, que fizeram dele o galã mais desejado de Hollywood.
Ainda assim, Redford trabalhou afincadamente para transcender a sua aparência - fosse através do seu ativismo político, a sua disposição para assumir papéis pouco glamorosos ou sua dedicação no sentido de fornecer uma plataforma para filmes de baixo orçamento. A sua paixão pela sétima arte levou-o até o Sundance Institute, uma organização sem fins lucrativos que apoia o cinema e o teatro independentes, hoje muito conhecida devido ao Sundance Film Festival.
Após os anos 70, os papéis no cinema tornaram-se mais esporádicos, com Redford concentrar-se na direção e produção de filmes, tornando-se patriarca do movimento do cinema independente nos anos 80 e 90 através do Sundance Intitute.
Ainda assim, Redford teve tempo de protagonizar “África Minha”, em 1985, vencedor do Óscar de melhor filme. Em 2013 recebeu muito boas críticas pelo papel em "Quando tudo está Perdido", sendo elogiado novamente em 2018, pelo desempenho em “The Old Man and the Gun”, em português "O Velho e Arma", filme que o ator considerou ser a despedida.
"Acho que tive uma carreira longa da qual estou muito satisfeito. Passou muito tempo, desde os meus 21 anos", afirmou à Associated Press pouco antes do lançamento do filme. "Agora que estou a chegar aos 80 anos, acho que talvez seja hora de me aposentar e passar mais tempo com a minha esposa e família".
Robert Redford casou-se com Lola Van Wagenen em 1958, de quem se separou em 1985. Anos mais tarde, em 2009, voltou a casar, desta vez com Sibylle Szaggars, com quem se manteve até aos dias de hoje. O artista deixa a mulher, duas filhas e os netos.