Pergunta de Julia, de Limoges, França: “Com a queda do valor do petróleo, o preço dos combustíveis diminuiu, mas não na mesma proporção. Porquê? É
Pergunta de Julia, de Limoges, França:
“Com a queda do valor do petróleo, o preço dos combustíveis diminuiu, mas não na mesma proporção. Porquê? É uma tendência que vai continuar?”
Resposta de Thomas Porcher, economista:
“Há duas razões para que a queda dos preços do petróleo não seja simétrica à dos preços dos combustíveis. Primeiro, o valor do petróleo estabelece-se em dólares e este é comprado noutras divisas.
Na Europa, por exemplo, é preciso ter em conta a taxa de câmbio entre o euro e o dólar. Em segundo lugar, grande parte do preço dos combustíveis assenta em taxas fixas. Em França, por exemplo, representam praticamente 50% do montante final.
Se continuarmos com o caso francês, uma redução de 50% nos preços do petróleo estabelecidos em dólares, corresponde a uma queda de cerca de 40%; quanto aos preços nas estações de serviço, a descida é de apenas 17%.
Em relação à segunda pergunta: isto vai durar? Os economistas são consensuais em afirmar que o preço do petróleo vai voltar a subir. Outra questão é: quanto e em que espaço de tempo?
Segundo a Agência Internacional de Energia, o preço deverá subir daqui a dois anos. Outros são mais otimistas. É o meu caso: creio que o valor poderá escalar já a partir do segundo semestre de 2015.
Quanto mais forte for a queda do preço do petróleo, mais vigorosa será a subida. Hoje em dia, como os preços desceram tanto, os investimentos em recursos não convencionais, como o petróleo de xisto, deixaram de ser rentáveis.
Há, portanto, menos investimento, menos oferta e mais tensão sobre os preços. Ou seja, a descida será provavelmente temporária.”
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