Crise dos refugiados: Comissão e presidência holandesa exigem mais solidariedade

A visita do Colégio de Comissários da União Europeia a Amesterdão marca o arranque da presidência holandesa. A resposta comunitária à crise dos refugiados volta a ser o principal desafio dos próximos seis meses. Por isso mesmo, o vice-presidente da Comissão Frans Timmermans vai, na próxima semana, à Turquia para avaliar como está a decorrer o plano de ação conjunto de Ancara e Bruxelas.
A Turquia, em troca de 3 mil milhões de euros, prometeu reforçar o controlo das fronteiras e a ajuda aos refugiados. Mas do lado europeu, Timmermans defende que é necessário fazer muito mais: “acredito que a vontade política está a crescer mas a um ritmo muito lento, infelizmente. Este é um caso urgente e espero que alguns dos Estados-membros, que ainda acreditam que podem ficar de fora deste processo e deixam o trabalho para os outros, possam perceber que este é um problema que apenas pode ser resolvido se houver partilha. Ainda não estamos nessa fase e sabemos que alguns países não querem que isso aconteça. Por isso temos de os convencer”.
Groepsfoto EU_Commission</a> en het kabinet. Persconferentie start om 11:10 met <a href="https://twitter.com/MinPres">
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— EU2016NL (@EU2016NL) 7 janeiro 2016
Nos próximos dias, a União vai também ter de lidar com problemas internos. É o caso da Polónia. O governo de Varsóvia quer avançar com várias reformas na justiça e nos meios de comunicação. A Comissão já pediu esclarecimentos, vai aguardar pelas respostas.
Aguardar também foi a expressão usada pelos responsáveis europeus em relação à possível saída do Reino Unido da União Europeia. E neste debate particular, o primeiro ministro holandês pode ter um papel importante.
Max van Weezel, jornalista da revista Vrij Nederland, acredita que “Mark Rutte pode ser a ponte, durante alguns meses, entre Cameron e Merkel e pode apresentar propostas que tornem mais fácil gerir o debate sobre o “Brexit”.
Para o governo holandês, a presidência da União Europeia não acontece no melhor momento como explica o enviado da euronews a Amesterdão, Olaf Bruns: “A presidência holandesa tem um programa ambicioso e ao mesmo tempo existem problemas internos na coligação do governo: os jornalistas holandeses temem que após a presidência o executivo possa cair e sejam marcadas eleições antecipadas”.